domingo, 9 de maio de 2010

"Dia das Mães"



As mães biológicas, adotivas, humanitárias... e para as ausentes, a nossa homenagem!

O que devo a minha mãe
Contemplando uma criança que dorme, tranquila, no berço, descobrimos o quão frágil é o ser humano e o quanto deve a uma mulher chamada mãe.
Quem quer que olhe para o próprio umbigo há de recordar da estreita ligação para com sua mãe que, durante nove meses, o alimentou, agasalhou, abrigou e protegeu em seu ventre.
E as primeiras noções de vida todos as recebemos de nossa mãe. Foi ela quem nos apontou o jardim e nos fez descobrir a borboleta colorida, a flor e o espinho, a chuva e o sol, a beleza do arco-íris.
Enquanto nós seguíamos as formigas do jardim, no seu ir e vir de carregadeiras incansáveis, foi ela quem nos falou da persistência e do trabalho.
Enquanto nos apontava a aranha, tecendo a sua teia, após o vento forte a ter destruído mais de uma vez, foi nossa mãe quem nos falou da paciência e dos milagres que ela produz.
E quando, nas primeiras brincadeiras, alguém nos derrubava, era sempre ela quem nos lecionava o perdão.
Quando começamos a perceber as diferenças entre crianças e adultos, velhos e moços, foi nossa mãe quem nos segredou aos ouvidos os valores do respeito e da consideração.
Na infância ela consertou nossos brinquedos, costurou a roupa nova para a boneca que havia sido esquecida na chuva.
Na adolescência, mais de uma vez consertou-nos o coração despedaçado pelos primeiros pequenos reveses no namoro.
Nosso primeiro sorriso foi a imitação do seu e foi ela quem nos ensinou a utilizá-lo para quebrar o gelo, ou para iniciar um pedido de desculpas.
Enquanto pequenos, ela nos fez sempre sentir protegidos e amados. Quando a curiosidade nos fez estender o dedo em direção ao besouro e ele grudou ali, foi para ela que corremos, em busca do socorro.
Quando o cãozinho pulou e nos fez cair, lambendo-nos o rosto, em manifestação de carinho, apavorando-nos, foi ela quem nos tomou nos braços, sossegou e depois nos ensinou que, por vezes, as criaturas não sabem expressar muito bem seu afeto e que as devemos ensinar.
Foi ela quem nos desvendou o segredo das cores, dos números e das letras, mesmo antes de adentrarmos os bancos escolares. E tudo de maneira informal, como uma doce brincadeira que nos permitia aprender, sem cansar.
Incentivando-nos à pesquisa, quantas vezes ela nos permitiu incursões de aventura em seu armário e suas gavetas, deixando-nos descobrir tesouros maravilhosos, entre bijuterias, colares, anéis, lenços e tantas outras coisas miúdas, que eram todo nosso encantamento.
Seus livros foram os primeiros que nos enriqueceram o intelecto. Livros usados, marcados a caneta, lápis ou pedacinhos de papel. Livros cheios de anotações que nos ensinaram como se devia ler, anotando, perguntando, pesquisando.
As músicas de sua predileção foram as que nos embalaram a infância, junto com as canções da sua voz que nos acalmavam nas noites de chuva forte, raios e trovões.
E, mais do que tudo, porque desde o primeiro instante detectou que somos um Espírito imortal, plantou com imenso carinho a lição do amor em nós.
Seu intuito era que o que quer que nos tornássemos a serviço do mundo, soubéssemos que, acima de tudo, onde quer que estejamos, o que quer que façamos, o ser a quem devemos sempre servir é nosso irmão em humanidade.

Redação do Momento Espírita.
Em 05.05.2010.

sábado, 8 de maio de 2010

"Um bom conselho"



A juventude do teu corpo é breve. Utiliza-a para armazenar valores eternos. O verdor dos anos passa com celeridade, porém, os compromissos firmados se alongam por toda a existência. Tem cuidado com eles. Os bons serão sentinelas da tua jornada, abençoando-te as horas, e os maus se transformarão em cobradores impiedosos, perturbando-te a paz. Coloca sinais de luz pela senda, significando conquistas do terreno percorrido. Mantém-te jovem em todas as idades, através de uma consciência sem remorsos e de uma conduta reta.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Cordialidade"


Luís Fernando Veríssimo*





A tese da cordialidade inata do povo brasileiro, exposta pelo historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda no seu magnífico "Raízes do Brasil", foi mal entendida e criticada. A ponto de o seu autor precisar explicar que não chamara o brasileiro de essencialmente bom ao destacar traços da sua personalidade, como a hospitalidade e a generosidade, que impressionavam os estrangeiros.
Os críticos ou tinham escolhido sinônimos para "cordialidade", como fraqueza e irresolução, que não constavam da intenção da tese ou simplesmente chamavam a tese de absurda, dadas as evidências em contrário na nossa história e nas nossas relações sociais. Ninguém melhor do que Sérgio Buarque de Holanda sabia da truculência e da crueldade presentes nas nossas vidas desde as primeiras caravelas, sua tese estava longe de ser um desagravo do brasileiro, mas o mal-entendido persistiu. E com o tempo a "cordialidade" apontada pelo historiador ganhou significados novos e menos nobres. Hoje, é sinônimo do deixapra-lá-ismo que domina a moral nacional, e que não deixa de ser uma forma de generosidade com o próximo.
Não somos tanto cordiais como desleixadamente coniventes.
Mas o sentido original da tese do Sérgio Buarque de Holanda foi recuperado, há dias, pelo ministro do Supremo Eros Grau, ao atribuir as anistias dadas, tanto a recente quanto as outras no nosso passado, à cordialidade inata do povo brasileiro. Está no seu voto de relator, um voto perfeitamente respeitável, ainda mais que Grau foi perseguido pela ditadura e tinha motivos pessoais para votar contra manter o perdão sem exceção.
Mas invocar a velha tese da cordialidade para justificar o perdão foi estranho.
Poucas vezes na nossa História a cordialidade brasileira foi tão dolorosamente desmentida como nos porões da última ditadura, em que a tortura, expressamente ou implicitamente autorizada pelo braço armado do Estado, foi prática sistemática. Um voto a favor da velha e simpática concepção de cordialidade brasileira deveria ser um voto contra a impunidade dos que a desmentiram oficialmente, e institucionalizaram seus crimes, tanto que hoje rejeitam sua averiguação sob pretexto de proteger a instituição. "Cordialidade", no caso, sendo sinônimo de convívio civilizado, em qualquer circunstância.
Grau e os outros que votaram contra a revisão da anistia votaram não pela cordialidade mas pela sua deturpação.
Votaram para deixar pra lá, e pela conivência.


*Luís Fernando Veríssimo é jornalista
Ârtigo publicado no jornal O Globo, 6 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

" Direitos Humanos "

Tortura, por que não?

Maria Rita Kehl – O Estado de S.Paulo

O motoboy Eduardo Pinheiro dos Santos nasceu um ano depois da promulgação da lei da Anistia no Brasil, de 1979. Aos 30 anos, talvez sem conhecer o fato de que aqui, a redemocratização custou à sociedade o preço do perdão aos agentes do Estado que torturaram, assassinaram e fizeram desaparecer os corpos de opositores da ditadura, Pinheiro foi espancado seguidas vezes, até a morte, por um grupo de 12 policiais militares com os quais teve o azar de se desentender a respeito do singelo furto de uma bicicleta. Treze dias depois do crime, a mãe do rapaz recebeu um pedido de desculpas assinado pelo comandante-geral da PM. Disse então aos jornais que perdoa os assassinos de seu filho. Perdoa antes do julgamento. Perdoa porque tem bom coração. O assassinato de Pinheiro é mais uma prova trágica de que os crimes silenciados ao longo da história de um país tendem a se repetir. Em infeliz conluio com a passividade, perdão, bondade, geral.
Encararemos os fatos: a sociedade brasileira não está nem aí para a tortura cometida no País, tanto faz se no passado ou no presente. Pouca gente se manifestou a favor da iniciativa das famílias Teles e Merlino, que tentam condenar o coronel Ustra, reconhecido torturador de seus familiares e de outros opositores do regime militar. Em 2008, quando o ministro da Justiça Tarso Genro e o secretário de Direitos Humanos Paulo Vannuchi propuseram que se reabrisse no Brasil o debate a respeito da (não) punição aos agentes da repressão que torturaram prisioneiros durante a ditadura, as cartas de leitores nos principais jornais do País foram, na maioria, assustadoras: os que queriam apurar os crimes foram acusados de ressentidos, vingativos, passadistas. A culpa pela ferocidade da repressão recaiu sobre as vítimas. A retórica autoritária ressurgiu com a força do retorno do recalcado: quem não deve não teme; quem tomou, mereceu, etc. A depender de alguns compatriotas, estaria instaurada a punição preventiva no País. Julgamento sumário e pena de morte para quem, no futuro, faria do Brasil um país comunista. Faltou completar a apologia dos crimes de Estado dizendo que os torturadores eram bravos agentes da Lei em defesa da – democracia. Replico os argumentos de civis, leitores de jornais. A reação militar, é claro, foi ainda pior. “Que medo vocês (eles) têm de nós.”
No dia em que escrevo, o ministro Eros Graus votou contra a proposta da OAB, de revisão da Lei da Anistia no que toca à impunidade dos torturadores. Para o relator do STF, a lei não deve ser revista. Os torturadores não serão julgados. O argumento de que a nossa anistia foi “bilateral” omite a grotesca desproporção entre as forças que lutavam contra a ditadura (inclusive os que escolheram a via da luta armada) e o aparato repressivo dos governos militares. Os prisioneiros torturados não foram mortos em combate. O ministro, assim como a Advocacia Geral da União e os principais candidatos à Presidência da República sabem que a tortura é crime contra a humanidade, não anistiável pela nossa lei de 1979. Mas somos um povo tão bom. Não levamos as coisas a ferro e fogo como nossos vizinhos argentinos, chilenos, uruguaios. Fomos o único país, entre as ferozes ditaduras latino-americanas dos anos 60 e 70, que não julgou seus generais nem seus torturadores. Aqui morrem todos de pijamas em apartamentos de frente para o mar, com a consciência do dever cumprido. A pesquisadora norte-americana Kathrin Sikking revelou que no Brasil, à diferença de outros países da América latina, a polícia mata mais hoje, em plena democracia, do que no período militar. Mata porque pode matar. Mata porque nós continuamos a dizer tudo bem.
Pouca gente se dá conta de que a tortura consentida, por baixo do pano, durante a ditadura militar é a mesma a que assistimos hoje, passivos e horrorizados. Doença grave, doença crônica contra a qual a democracia só conseguiu imunizar os filhos da classe média e alta, nunca os filhos dos pobres. Um traço muito persistente de nossa cultura, dizem os conformados. Preço a pagar pelas vantagens da cordialidade brasileira. “Sabe, no fundo eu sou um sentimental (…). Mesmo quando minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar/ Meu coração fecha os olhos e sinceramente, chora.” (Chico Buarque e Ruy Guerra).
Pouca gente parece perceber que a violência policial prosseguiu e cresceu no País porque nós consentimos – desde que só vitime os sem-cidadania, digo: os pobres. O Brasil é passadista, sim. Não por culpa dos poucos que ainda lutam para terminar de vez com as mazelas herdadas de 21 anos de ditadura militar. É passadista porque teme romper com seu passado. A complacência e o descaso com a política nos impedem de seguir frente. Em frente. Livres das irregularidades, dos abusos e da conivência silenciosa com a parcela ilegal e criminosa que ainda toleramos, dentro do nosso Estado frouxamente democratizado.

domingo, 2 de maio de 2010

"Exposição de Alberto Magnelli "

                                              O Campo- Alberto Magnelli


Um dos mestres da arte moderna, o pintor Alberto Magnelli, recebeu influências de diversas escolas, como o Renascentismo, o Cubismo e o Futurismo, até chegar às linhas abstratas que o apontam com um dos artistas mais importantes do mundo. A mostra com pinturas do artista está no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, o CCBB.

A exposição reúne 64 pinturas, de 1912 a1969 que representam bem a versatilidade de Magnelli. Há uma enorme diversidade de cores nos quadros, pinturas muito coloridas, cheias de vida e outras em tons de bege, preto e cinza, com sombras que nos sugerem profundezas impenetráveis.

Além disso, percebe-se também estilos diferentes em suas obras, alguns desenhos como barquinhos e naturezas mortas contrastam com os de traços absolutamente abstratos e com outros nem tão abstratos assim.

De 6 de abril à 4 de julho de 2010.

Para maiores informações, acesse o Link abaixo:
http://www.bb.com.br/portalbb/home22,128,10151,0,0,1,1.bb?codigoMenu=9887


"Tempo: realidade ou ilusão?"



por Maísa Intelisano

O futuro, na verdade, não existe senão apenas em nossas próprias telas mentais, como projeção que fazemos das regularidades da Criação, pois, no exato momento em que o alcançamos, ele deixa de ser futuro para ser presente e, logo em seguida, passado.

Assim sendo, o futuro ainda não é, mas está para ser de acordo com aquilo que acreditamos que será e com o que trabalhamos para que seja. Daí dizermos que o nosso futuro é o reflexo puro e simples do que realizamos no presente. Daí, também, fazer mais sentido dizermos que o alcançamos e, não, que ele chega até nós, pois somos nós que agimos no sentido de encontrá-lo, e não ele que caminha em nossa direção.

Ora, o presente nós vivemos agora, no mesmo instante em que agimos, pensamos ou falamos conscientemente, mas dura apenas um átimo. O presente, portanto, é algo que podemos constatar, mas que não podemos aprisionar ou congelar.

Qualquer fato presente, repetido no futuro, ainda que no segundo seguinte, é um novo fato, cujas determinantes diferem bastante das que provocaram o fato original.

E qualquer experiência do presente, congelada, torna-se, não uma, mas várias experiências muito similares - porém nunca iguais - seguidas umas das outras, superpostas ou colocadas lado a lado.

Vemos assim que, na verdade, a única coisa que existe para a nossa realidade concreta é o passado, pois só ele, sob a forma de registros dos mais variados tipos, criados por nós, pode ser devidamente arquivado. Ou seja, até o mais recente periódico que chega às nossas mãos já se tornou passado no momento em que se tornou realidade.

Desse modo, seria interessante constatarmos que quando falamos de futuro, falamos de algo que ainda não existe, que ainda não está e que ainda não é, pois o que é e está é aquilo que a nossa consciência é capaz de registrar no instante da ação. Por isso é correta a afirmação segundo a qual cada um "faz o seu futuro". Mas como seria fazer o próprio futuro?

Fazer o futuro é torná-lo realidade do presente, pois de nada adianta visualizarmos um determinado fato futuro se não formos capazes de concretizá-lo no nosso presente. Idealizações futuras, que não se tornam realidade, transformam-se em ficções, das quais está abarrotada a nossa literatura. E para que servem as ficções senão para divertir e apenas despertar o interesse por algum assunto?

É claro que é muito difícil para uma criatura terrena, considerando-se o atual estágio evolutivo da Terra, abstrair-se de suas necessidades, crenças e angústias presentes para lançar-se abertamente na corrente contínua da Criação.

Mas o difícil não é impossível, pois existem aqueles poucos visionários que, num esforço extremo de sua vontade, atiram-se de encontro a esse fluxo ininterrupto de energia criadora e criativa, e visualizam seus próprios potenciais e possibilidades universais, felicitando-se pela descoberta de fatos e realidades que lhes escapavam aos sentidos mais limitados.

O homem terreno está mais acostumado a criar passado ou fazer história, inconscientemente, do que a criar futuro ou trabalhar conscientemente no presente.

No entanto, esta mentalidade vem se modificando com o advento do chamado terceiro milênio, pois o homem vem sendo obrigado a questionar o seu presente na tentativa de modificar aquilo que lhe parece um trágico futuro: o final de tempos, cheio de catástrofes climáticas, violência, guerras, etc.

Com este exercício, o homem tem podido perceber que atualidade e presente são conceitos bem diferentes, bem como contemporaneidade e modernidade.

Como exemplo podemos tomar a mensagem de Jesus que reconhecemos ser atual, moderna e atemporal, embora saibamos não ser contemporânea nossa.

Há, porém, um pormenor ainda a considerar. O fato de ser atual, moderna e atemporal não significa que não se possa ampliá-la e explicá-la melhor no presente, como, aliás, o fez Kardec, por exemplo, em seu tempo, por meio da Codificação.
Muito pelo contrário, o fato de uma idéia, conceito ou mensagem ser considerada atual e moderna deve fazer com que busquemos, ainda mais, aprofundá-la e ampliá-la para que um número maior de pessoas possa compreendê-la e fazer uso dela.

Eis, portanto, o mecanismo pelo qual podemos todos nos tornar senhores da eternidade. Saindo de nós mesmos e colocando-nos à distância de nosso tempo e espaço atuais, podemos projetar a nossa consciência no tempo e espaço infinitos, indivisíveis, pressentindo as possibilidades do futuro e as lições do passado nos acontecimentos do presente que podemos constatar.

Temos sido, somos e sempre seremos o que fazemos de nós mesmos. Por que, então, não nos questionarmos sobre o que temos feito de nós?
A cada instante de nossa existência eterna encontramos o futuro embutido nas oportunidades diárias de renovação, transformação, reformulação e crescimento, querendo tornar-se parte de nossa realidade presente.
 Cabe-nos averiguar como o temos recebido: abrindo-lhe as portas ou, quem sabe, num receio infundado, negando-lhe todas as chances de se manifestar?

Dito isto, poderíamos, então, começar a pensar, ou talvez repensar, como classificaríamos os grandes visionários da humanidade, tais como Albert Einstein, Júlio Verne, Leonardo da Vinci, Galileu Galilei, Sócrates e o próprio Jesus: ficcionistas ou criadores de futuro?

E, assim pensando, restaria fazermo-nos apenas uma pergunta. No que temos transformado a nossa consciência presente: em repositório de relíquias do passado ou em instrumento de futuro?

MIRAMEZ

sábado, 1 de maio de 2010

"Homenagem ao trabalhador brasileiro..."

"Notícias Ecológicas"


Crescimento da frota ameaça esgotamento de trânsito e recursos

Brasil toma o quarto lugar da Alemanha em venda de carros; paulistanos perdem em média 15 horas por semana em congestionamentos
Trânsito
Quando o assunto é indústria e mercado automobilístico, os negócios no Brasil têm motivos de sobra para comemorar: entre janeiro e fevereiro de 2010, os brasileiros compraram 413 mil automóveis, atrás apenas de China, EUA e Japão, tirando a Alemanha do quarto lugar no consumo mundial de carros. Em março, o emplacamento de modelos importados cresceu mais de 60% no país. E mais, a China – a mais nova potência da indústria automobilística – está apostando forte no mercado brasileiro e, segundo representantes das montadoras chinesas no Brasil, o objetivo é conquistar 5% do mercado brasileiro até 2015.
A questão é que a conta ambiental não fecha. Hoje a humanidade já consome mais de 30% do que o planeta pode repor em recursos naturais, água e energia. Isso porque um terço da população mundial vive abaixo da linha da pobreza, o consumo é concentrado e ainda cria desperdícios. A Terra tem registrado médias anuais de temperatura cada vez maiores, e as mudanças climáticas se aceleram.
Mais: o ambiente urbano também se deteriora. Os congestionamentos são constantes, inclusive nas cidades médias, e as metrópoles estão literalmente parando, enquanto os índices de poluição e emissão de gases de efeito estufa veicular crescem. Um levantamento recente do jornal Folha de S.Paulo com a Fundação Dom Cabral de Minas Gerais, mostra que o morador de São Paulo (SP) perde em média três horas diárias em congestionamentos, considerando-se apenas os dias úteis, isso significa 15 horas semanais ou praticamente dois dias inteiros de trabalho. No Rio (RJ), são duas horas diárias perdidas no trânsito; em Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS), uma hora.
Em 2009, o Brasil registrou retração de 0,2% do PIB, mas vendeu em 2009 3,2 milhões de veículos, crescimento de 7,7% em relação a 2008. O país atingiu 59 milhões de veículos, dos quais, segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), 34,5 milhões são carros. O Estado de São Paulo concentra 12,5 milhões de carros dessa frota, metade na Capital, que registra um carro para cada dois habitantes.
E a indústria automobilística projeta crescimento dos negócios no Brasil,  chegando a 5 milhões de unidades vendidas em 2015, daí o interesse das montadoras chinesas.
Se o padrão paulistano de concentração de carro por habitante for replicado no futuro; no Brasil, chegaríamos a quase 100 milhões de veículos considerando nossa população atual; na China, apenas para a população urbana, seriam 400 milhões de veículos. A soma chega à metade da frota que circula hoje pelo planeta, estimada pela Organização Mundial da Indústria Automobilística em pouco mais de 1 bilhão de veículos. Sem contar o crescimento de Índia, Rússia, África do Sul, Turquia, México e outros emergentes. De onde tirar matéria-prima, água  e energia para fabricar tanto carro? E como fazê-los rodar nas cidades de hoje e com qual combustível?
Medidas como pedágio urbano e rodízio mais restritivo estão entre algumas das soluções para o trânsito apresentadas por especialistas para melhorar a situação, mas a grande maioria deles insiste que investimentos no transporte coletivo, acompanhado de uma redistribuição urbana mais racional é a melhor solução para o caos do trânsito nas metrópoles brasileiras.
“Não há nenhuma solução milagrosa, não vai aparecer ninguém com uma proposta nova”, sentencia o engenheiro Cláudio Barbieri Cunha, professor do Departamento de Engenharia de Transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. “Essas cidades precisam de sistemas de transporte públicos eficientes e de maior alcance”, explica. “Mas isso apenas não basta. É preciso que se pense em uma melhor e mais racional distribuição do espaço urbano, que seja capaz de possibilitar as pessoas a se deslocarem por distâncias menores no seu dia-a-dia. Não deveria haver necessidade de uma pessoa sair da zona leste para trabalhar em Moema”.
“É claro que não dá para fazer isso de um dia para o outro, mas é evidente que em uma cidade como São Paulo, onde 50% dos deslocamentos automotivos são feitos em carros individuais, o trânsito vai parar um dia”, alerta Cunha. “Isso só não vai acontecer porque infelizmente o que está regulando o trânsito em São Paulo é o próprio congestionamento. As pessoas estão procurando alternativas aos carros porque não querem ‘pagar mais tempo’ pelo conforto do transporte individual”, pondera Elmir Germani, sócio-diretor da TCC Engenharia de Tráfego e de Transportes e ex-Diretor da Companhia de Engenharia de Tráfego em São Paulo (CET-SP).
“O uso de transporte individual é uma questão cultural no Brasil, ligada à demonstração de status. As pessoas se sentem rebaixadas ao usarem transporte público, por isso todos querem ter seu carro”, analisa Ricardo Oliani, coordenador de Mobilização Comunitária do Instituto Akatu.  “Trabalhamos no sentido de sensibilizar e educar a população para que usem o menos possível o carro, divulgando e propondo alternativas como caminhada, bicicleta, carona solidária e uso de transporte público. Além de serem alternativas mais saudáveis, elas causam menos danos ao meio ambiente e ajudam na mobilidade urbana”.
O Instituto Akatu preparou algumas dicas para o uso consciente do transporte para ajudar você a encontrar soluções ao carro individual e que sejam mais adequadas ao seu dia-a-dia, dando você a chance de contribuir para a melhora do espaço urbano, além de ajudar a combater doenças e o aquecimento global.


Uso Consciente do Transporte
Cada vez mais e maisA frota de veículos no estado de SP tem aumentado quatro vezes mais depressa do que o número de habitantes. Entre 2002 e 2006, enquanto a população cresceu 6,2%, a frota se expandiu 26%.
Cada vez menos mobilidade e saúde
São vários os problemas causados pelo aumento do número de carros:
dificuldade de circular pelas cidades; estresse provocado pelos congestionamentos; aumento nas emissões de gases de efeito estufa; aumento na poluição do ar...
Cada um de nós tem condições de contribuir para mudar essa situação. Que tal transformar menos... em mais?
Cobrando das autoridades um transporte público de qualidade; mudando seus hábitos de transporte no cotidiano; divulgando a mensagem do consumo consciente do transporte para os seus amigos e familiares.
A maioria dos carros que roda nas capitais brasileiras leva apenas um passageiro e ocupa muito espaço público.
Menos trânsito?
... Mais gente no carro

Organize um esquema de carona solidária. Use os sites e softwares já existentes que ajudam a implantar esta alternativa de transporte. A gente perde muito tempo se deslocando de um lugar para outro e nem percebe que existem alternativas de transporte para o nosso dia-a-dia.
Menos tempo desperdiçado?
... Mais transporte coletivo

Deixe o carro perto de alguma estação de metrô no seu caminho e siga em frente com o metrô e outro transporte coletivo. Talvez exija um pouco mais de esforço, mas vale a pena para reduzir o tempo desperdiçado no trânsito.  A má qualidade do ar nas principais capitais do país provoca a morte prematura de 11,6 mil pessoas por ano.
Menos poluição?
... Mais tecnologias mais limpas

Pressione as empresas fabricantes de automóveis e de combustíveis para usar tecnologias mais limpas já disponíveis e que reduziriam a poluição e melhorariam a saúde de todos. E pressione também os governos para que eles demandem estas soluções das empresas. Se você tem receio de andar de bicicleta na cidade, poderia pensar em trocar o carro pela bicicleta pelo menos nos fins de semana.
Menos stress?
... Mais uso da bicicleta

Aos sábados, domingos e feriados as ruas estão mais tranqüilas e dá para fazer pequenos trajetos e passeios pedalando. E, de quebra, você ainda vai manter a forma, fazendo exercícios de forma divertida e prazerosa. Na hora do “rush” em São Paulo, a velocidade média dos veículos é de 9,7 km/h, apenas um pouco mais rápido que os pedestres, que andam a 5 km/h.
Menos congestionamento?
... Mais horário flexível 
Sugira um novo escalonamento do horário de entrada e saída no seu local de trabalho que fuja dos horários de pico de trânsito. Proponha também que, em algumas funções, os profissionais trabalhem em casa, reduzindo a necessidade de transporte.  A queima de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, é uma das principais causas do aquecimento global.
Menos aquecimento global?
... Mais combustíveis de fontes renováveis 
Se você realmente precisa usar um carro, opte por um modelo movido a álcool, cujo uso emite 60 vezes menos gás carbônico que os carros a gasolina. Muitas das mudanças propostas nesse folheto dependem da ação do governo e das empresas, e acontecerão mais rápido se houver pressão da sociedade.
Mais rapidez nas soluções?
... mais ação de todos

Assuma seu papel de agente transformador e sirva de exemplo e inspiração para amigos e familiares como consumidor consciente. Mobilize outras pessoas para mudarem seus hábitos de transporte e contribuírem para um mundo melhor para todos. 

"No dia do trabalhador..."

                                                Manifestación- Antonio Berni



O potencial de cada um

Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendo
devastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas.

Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazer
seria criar uma escola.

Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidades
de voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradas
necessárias e importantes para quem vive em uma floresta.

No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, o
desempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiu
apresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duas
habilidades.

O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos e
péssimo em corridas.

Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e não
conseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação.

O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início do
curso, acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorar
em natação.

A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando ao
tentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e não
conseguiu mais nem correr, nem nadar.

Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola,
porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo.

Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidade
de vida na floresta.

Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu o
curso e fez o discurso de formatura foi a enguia.

Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não se
esmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matérias
mais ou menos pela metade.

* * *

Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelho
se dedicando à natação, rimos da história.

Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, por
vezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta.

É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo o
potencial da criatura de ser ela mesma.

Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filho
para que siga determinada profissão.

Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferirá
uma carreira de sucesso e insistimos para que abrace a profissão que
toda a família segue.

Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumir
o negócio da família, logo mais.

Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinado
momento, passando a ser administradas por quem não tem potencial nem
vontade para o tipo de negócio, acabam por desaparecer.

Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas,
mas nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama o
que faz.

E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, sempre
reclamando de tudo e de todos.

Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencial
de cada um.

Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelas
diferenças que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal onde
cada um é especial e desempenha, na Terra, a missão que o Divino
Criador lhe confiou.

Redação do Momento Espírita, com base na fábula Para gente de
escola,

 de George H. Reavis, traduzida por Terezinha Gomes Lankenau,
" NUNCA TE ESQUEÇA A BONDADE NO DESEMPENHO DE QUALQUER OBRIGAÇÃO. "

( Irmã Cipriana "No Mundo Maior"- André Luiz )

Chico Xavier

Chico Xavier
"... se eu dispusesse de autoridade, rogava aos homens que estão arquitetando a construção do Terceiro Milênio que colocassem no portal da Nova Era as inolvidáveis palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: -"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Allan Kardec

Allan Kardec
" Fora da Caridade, não há salvação. "

Pesquisar este blog

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Frequentadores do Centro Espírita Lar de Maria ou pessoas afins.