quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

"Ano Novo"



Serão novos os anos que passam, os séculos e os milênios que se sucedem na ampulheta do tempo?
Não são. O tempo, qual o concebemos, não passa de uma ilusão. Não há tempos novos, nem tempos velhos. O tempo é sempre o mesmo, porque o tempo é a eternidade. Todas as mudanças que constatamos em nós e em torno de nós, são produto da transformação da matéria. Esta, realmente, passa por constantes modificações. A mutabilidade é inerente à matéria e não ao tempo.
A matéria é volúvel como as ondas e instável como as nuvens que se movimentam no espaço assumindo variadas conformações que se sucedem numa instabilidade constante.
O nosso envelhecimento não é obra do tempo como costumamos dizer. É a matéria que se vai transformando desde que entramos no cenário terreno. Nascemos, crescemos, atingimos as cumeadas do desenvolvimento compatível com a natureza do nosso corpo. Após esse ciclo, as mudanças tornam-se menos rápidas.Há como que ligeiro repouso. Depois, segue-se a involução, isto é, o curso descendente que nos leva à velhice, à decrepitude e à morte, quando esta não intervém acidentalmente, pelas moléstias, cortando o fio da existência em qualquer de suas fases.
Todos esses acontecimentos nada têm que ver com o tempo. Trata-se de manifestações da evolução da matéria organizada, vitalizada e acionada pela influência do Espírito.
O Espírito é tudo. Por ele, e para ele, é que as moléculas se agrupam, se associam, tomando forma, neste ou naquele meio, na Terra ou em outras infinitas moradas da casa do Pai, que é o Universo.
Na eternidade e na imensidade incomensurável do espaço, o Espírito se agita procurando realizar o senso da Vida, que é a evolução. Para consumá-la percorre as incontáveis terras do céu. Veste e despe centenares de indumentos, assumindo milhares de formas e aspectos.
A matéria é o instrumento, é o meio através do qual ele consegue a sua ascensão ininterrupta.
Nada significam, portanto, os anos que passam e os anos que despontam nos calendários humanos. O importante na vida do Espírito são as arrancadas para a frente, são as etapas vencidas, o saber adquirido através da experiência, e as virtudes conquistadas pela dor e pelo amor. O que denominamos – passado – é apenas a lembrança de condições inferiores por onde já transitamos. De outra sorte – o futuro não é mais que a esperança que nutrimos de alcançar um estado melhor. O presente eterno eis a realidade.
Encaremos assim o tempo e, particularmente, o ano novo que ora se inicia. Façamos o propósito de alcançar no seu transcurso a maior soma possível de aperfeiçoamento.


(Vinícius- Na Seara do Mestre)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

"Oração do Ano Novo"


Senhor Deus,

Dono do tempo e da eternidade,

Teu é o hoje e o amanhã,

O passado e o futuro.

Ao acabar mais um ano,

Quero te dizer obrigada por tudo aquilo que recebi de ti.

Obrigada pela vida e pelo amor,

Pelas flores, pelo ar e pelo sol,

Pela alegria e pela dor,

Pelo o que foi possível

E pelo o que não foi.

Apresento-te as pessoas que ao longo destes meses amei,

As amizades novas e os antigos amores

Os que estão perto de mim

E aqueles que pude ajudar,

As com quem compartilhei,

A vida, o trabalho, a dor e a alegria.

Mas também Senhor,

Hoje quero te pedir perdão!

Perdão pelo tempo perdido, pelo dinheiro mal gasto,

Pela palavra inútil e o amor desperdiçado.

Perdão pelas obras vazias e pelo trabalho mal feito,

Perdão por viver sem entusiasmo.

Também pela oração que aos poucos fui adiando e que agora venho apresentar-te,

Por todos os meus olvidos,

Descuidos e silêncios,

Novamente te peço perdão.

Estamos começando um NOVO ANO,

Paro a minha vida diante do novo calendário

E te apresento estes dias

Que somente TU sabes se chegarei a vivê-los.

Hoje, te peço para mim

Meus parentes e amigos,

A paz e a alegria

A fortaleza e a prudência,

A lucidez e a sabedoria.

Quero viver cada dia

Com otimismo e bondade,

Levando a toda parte

Um coração cheio de compreensão e paz.

Fecha meus ouvidos a toda falsidade,

E meus lábios a palavras mentirosas

Egoístas e que magoem.

Abre sim, meu ser a tudo o que é bom.

Que meu espírito seja repleto somente de bençãos,

Para que as derrame por onde passar.

Senhor, a meus amigos que lêem esta mensagem

Enche-os de sabedoria,

Paz e amor.

E que nossa amizade

Dure para sempre em nossos corações!

Enche-me, também,

De bondade e alegria,

Para que todas as pessoas

Que eu encontrar no meu caminho

Possam descobrir em mim

Um pouquinho de ti!

Dá-nos um Ano Feliz,

E ensina-nos a repartir felicidade!

Amém!


Autor desconhecido


"Mensagem"


Amar ao próximo


Se alguém diz que ama a Deus, mas não ama o seu semelhante, é mentiroso. Isso foi escrito pelo Apóstolo João e nos convida a uma profunda reflexão.
Por que o amor a Deus passa inevitavelmente pelo amor ao próximo?

Por que não basta amar a Deus no isolamento das criaturas, ou na indiferença ao semelhante?Deus, ao nos criar, não nos cria perfeitos, mas oferece asoportunidades e possibilidades de se chegar à perfeição.

E, por grandiosidade de Sua justiça, essa perfeição se alcança por esforço próprio, por dedicação, e jamais por gratuidade oudom divino, a escolher uns ou outros como mais ou menos amados porEle e, consequentemente, com mais ou menos virtudes e dons.

Quando lemos a biografia de grandes vultos do amor ao próximo, comoMadre Teresa de Calcutá, Chico Xavier ou Irmã Dulce, vemos a exemplificação do exercício no amor ao próximo.

E é natural que questionemos de onde eles retiraram forças para amar incondicional e intensamente, ao longo de toda uma vida?

Aprenderam a amar ao próximo no exercício do amor a que se propuseram, saindo de si mesmos, indo em direção ao outro,encontrando Deus.

O amor a Deus não se constrói de forma mística, transcendental ou isoladamente.

Entendendo isso, Jesus, personificação maior do amor a Deus, nos ensina que toda vez que auxiliarmos, que dermos de comer, que matarmos a sede de nosso irmão, é a Ele mesmo que estaremos fazendo isso.

Convida-nos Jesus a experimentar o exercício do amor a Deus aprendendo a amar ao próximo.

Afirma mesmo o Mestre Galileu que o maior mandamento da Lei de Deus é amar ao Pai, seguido do exercício de amar-se para amar ao próximo.

Se você busca o entendimento das Leis de Deus, de instaurá-Lo na sua intimidade, um bom início será o de olhar para o próximo, no exercício do amor.

Sempre temos recursos e meios de auxiliar, de demonstrar o amor na forma do desvelo, do carinho, da solidariedade ou da compaixão.

Ofereçamos a palavra edificante para incentivar os desvalidos, apresença fraterna para aqueles abandonados na solidão, ouvidos pacientes para um coração aflito com necessidade de desabafar. Somos convidados ao exercício do amor ao próximo construído na compreensão frente àquele em desatino, em benevolência para oirmão em desequilíbrio ou indulgência na ação precipitada.

São pequenos gestos que se fazem exercícios de amor ao próximo, no objetivo de amar a Deus. Afinal, como nos alerta o Apóstolo João, senão conseguimos compreender nosso irmão, jamais teremos condiçõesde amar e compreender a Deus.


Redação do Momento Espírita.

Em 29.12.2009.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Entrevista com André Trigueiro'


28/12/2009 - 03:40:30
“Os dinamarqueses foram simplesmente desastrosos”
IHU On-line


André Trigueiro acaba de voltar de Copenhague, onde participou da 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, da ONU. Para ele, faltou à COP15 uma gestão eficiente dos anfitriões. “Os dinamarqueses foram simplesmente desastrosos”, define. Trigueiro considera que “os dinamarqueses implodiram a COP15 na primeira semana de trabalho, quando surgiu o rascunho em que eles já apresentavam um desenho do acordo, sendo que as negociações estavam ainda no início”. Na entrevista que concedeu por telefone à IHU On-Line ele fala sobre a posição de países como os Estados Unidos, a China e, claro, o Brasil, na Conferência realizada na Dinamarca de 7 a 18 de dezembro últimos. Ao analisar as discussões, Trigueiro percebe que “são vários indicadores de que o mundo caminha para uma economia de baixo carbono, onde as fontes limpas e renováveis de energia sejam cada vez mais valorizadas e competitivas”.
André Trigueiro é jornalista, pós-graduado em Gestão Ambiental pela COOPE/UFRJ e professor do curso de Jornalismo Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Na Globo News, apresenta o programa “Cidades e soluções”, tratando da questão do meio ambiente. É autor de Mundo sustentável (São Paulo: Globo, 2005).
Confira a entrevista.


IHU On-Line - Deu tudo errado mesmo em Copenhague?
André Trigueiro - Tudo errado, não. O que se salvou da COP15, em primeiro lugar, foi um marco do ponto de vista da atenção dispensada pela comunidade internacional a uma Conferência das Partes da ONU. Jamais tanta gente no mundo inteiro quis acompanhar em detalhes um evento como esse. E lá estavam mídia, organizações não governamentais, um número de profissionais e de ativistas sem precedentes, acompanhando de perto as negociações do clima. A COP15 demarca uma nova etapa no que diz respeito à popularidade deste assunto no mundo inteiro. Segundo, conseguimos, ainda que de forma penosa e polêmica, consensuar o teto de 2ºC, que a humanidade, através daquele documento final, se compromete a não ultrapassar. Se coloca como objetivo viabilizar um fundo que haverá de ajudar os países pobres, que são aqueles que mais vão sofrer os efeitos danosos do aquecimento global, com recursos que foram discriminados (dez bilhões de dólares por ano até 2012; até 2020 pretende-se alcançar a cifra de cem bilhões de dólares; e de 2020 em diante cem bilhões de dólares por ano). É um valor aquém do mínimo necessário, segundo vários especialistas, para promover adaptação, mas é um começo. Nesse sentido, não se pode dizer que tudo deu errado.


IHU On-Line - Como você analisa a forma dos europeus e norte-americanos inserirem a questão das mudanças climáticas em suas agendas políticas?
André Trigueiro - É forçoso reconhecer que a União Europeia, enquanto bloco de países, se encontra no estágio mais avançado de maturação do processo. A maior parte dos países que cumpriu o Protocolo de Kyoto está na Europa. A Grã-Bretanha foi a primeira nação do mundo a determinar, dentro da lei, prazos e metas de redução bastante ousados. A França, neste mandato de Nicolas Sarkozy, também tem sido bastante pró-ativa, inclusive no que diz respeito à taxação de carbono, igualmente dentro do processo legal francês. O presidente da comissão europeia, Durão Barroso, chegou a dizer que, se houvesse a disposição dos negociadores nessa direção, a Europa poderia reduzir suas emissões não em 20, mas em 30% até 2020, tendo como ano base 1990. Os europeus se destacam no processo. Em relação aos Estados Unidos, precisamos ter mais cuidado nas análises, porque aquilo que Barack Obama tenta aprovar no senado, que é uma redução de 17% se considerado o projeto que seguiu da câmara, mas que pode chegar a 20%, se a emenda dos senadores John Kerry e Barbara Boxer, for aprovada (20%, ano base 2005), daria em torno de 3 ou 4% de redução, tento como base o ano de 1990. É pouco, mas jamais foi feito. Depois de oito anos de obstáculos, de travamento do governo Bush, que reiteradas vezes se manifestou contra não apenas ao Protocolo de Kyoto, mas a qualquer política de redução de gases, o que o governo Obama está propondo é uma ruptura que a ele já custa muito cacife político. Ele está sendo muito desgastado domesticamente por apresentar uma meta que aos olhos do mundo é muito medíocre. Então, não é fácil a situação de Obama. Ele foi a Copenhague fazer um discurso com endereço certo, que foi seu próprio eleitorado, que ano que vem vai às urnas para votar o novo congresso, para escolher os novos representantes. Obama fez um discurso visivelmente preocupado em não esticar mais a corda no que diz respeito à capacidade de governar, de não ser um “pato manco”, para usar uma expressão comum nos Estados Unidos. Ele tem mais três anos de governo e está muito preocupado em não bancar o herói aos olhos do mundo e ser depenado vivo no seu país.


IHU On-Line - O que faltou na COP15?
André Trigueiro - Primeiro, uma gestão eficiente dos anfitriões. Os dinamarqueses foram simplesmente desastrosos. O primeiro ministro Anders Fogh Rasmussen é entendido pelos próprios dinamarqueses como uma pessoa inábil politicamente. Ele não tem o traquejo de negociar acordos complexos como esse. E os dinamarqueses implodiram a COP15 na primeira semana de trabalho, quando surgiu o rascunho em que eles já apresentavam um desenho do acordo, sendo que as negociações estavam ainda no início. O governo dinamarquês perdeu credibilidade. Eles têm responsabilidade “no atacado e no varejo”: restringiram o acesso das ONGs, reprimiram com violência os ativistas, e não foram competentes na gestão da Conferência. O anfitrião tem um papel muito importante nessas conferências e a Dinamarca não soube usar esse predicado. Um segundo problema foi a intransigência de alguns países, notadamente China e Estados Unidos, não por acaso os dois maiores poluidores. Obama está engessado pelas razões que eu já expus. E os chineses não parecem à vontade em ver a Europa podendo reduzir mais. O sucesso da Conferência representaria uma ameaça ao projeto chinês de ser um país referência, líder, nova potência no mundo, ainda que profundamente escorada em combustível fóssil, principalmente carvão mineral. A China não está preparada, neste momento, para ir além daquilo que se propôs a fazer, que é uma redução que pode chegar a 45% das emissões, mas na curva de crescimento por unidade de PIB, que é uma inovação contábil. Os chineses inventaram uma maneira de propor um plano de ação. É melhor do que nada. Mas ainda com esse plano de ação os chineses vão emitir muito mais em 2020 do que estão emitindo hoje. É uma situação difícil, porque é um país super-populoso, que não resolveu o problema da pobreza e que tem fartura de carvão mineral.


IHU On-Line - A Terceira Revolução Industrial será mesmo baseada na eficiência energética?
André Trigueiro - Foi o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nesse ano, quem disse que o país que descobrisse primeiro uma alternativa aos combustíveis fósseis, lideraria as demais nações no século XXI. Essa nova tecnologia ou a capacidade que temos de promover inovação tecnológica, de reduzir os custos e aumentar a potência ou a capacidade instalada a partir de fontes renováveis e limpas é algo que faz a diferença. É importante lembrarmos aqui que a própria Organização Mundial do Comércio, antes da COP15, divulgou um documento junto com a ONU informando que eventuais sobretaxas cobradas por países sobre produtos importados que tenham uma pegada de carbono muito elevada, ou seja, a ideia de sobretaxar quem usa muito o petróleo, carvão e gás na confecção dos seus produtos, não será considerada um embargo; não estaria sujeito a um questionamento do ponto de vista do protecionismo. E isso é um indicador muito claro de que a própria Organização Mundial do Comércio percebe, como cenário, um mundo onde certas economias, certos países, estão descarbonizando os meios de produção - é a tal economia de baixo carbono -, estão investindo alto agora, mas para não perder competitividade podem sobretaxar quem seja ineficiente do ponto de vista energético. São vários indicadores de que o mundo caminha para uma economia de baixo carbono, onde as fontes limpas e renováveis de energia sejam cada vez mais valorizadas e competitivas.


IHU On-Line - Por onde você acha que o Brasil vai nesse sentido?
André Trigueiro - O Brasil, de três meses para cá, resolveu assumir um plano de ação voluntária. Pela primeira vez temos uma política pública definida em lei que estabelece percentualmente um compromisso de redução do desmatamento da Amazônia (80% até 2020). A partir da questão climática, o Brasil se posiciona pela primeira vez, formalmente, e com lei aprovada no Congresso, no que diz respeito à redução do desmatamento na Amazônia. Até então, não havia nenhum compromisso com prazos e metas no que diz respeito à Amazônia. Segundo, São Paulo, que é o principal estado do Brasil do ponto de vista econômico, populacional e de emissões de CO2, tem aproximadamente 50 milhões de brasileiros, o maior parque industrial, a maior frota de veículos automotores, e tem lei estadual aprovada recentemente, que estabelece a redução de 20% nas emissões até 2020, tendo como ano base 2005. Em terceiro lugar, a corrida presidencial de 2010 com Marina Silva determinou o esverdeamento do discurso dos pré-candidatos desenvolvimentistas, que são José Serra e Dilma Rousseff. Certamente no ano que vem teremos no debate entre os candidatos a questão climática claramente colocada junto com outros assuntos ambientais que, na percepção dos próprios candidatos, tem peso junto ao eleitorado. O Brasil, principalmente a partir do discurso de improviso do presidente Lula no último dia da COP-15, assumiu perante o mundo um protagonismo. O Brasil é o país que mais cobrou ação e que mais se dispôs a buscar uma solução em função desse conjunto de fatores que tentei resumir aqui.


IHU On-Line - Que perspectivas existem depois de Copenhague?
André Trigueiro - O fato da COP15 ter fracassado não significa que certas engrenagens não estejam funcionando e que não haja uma progressão dos esforços de países, empresas e organizações não-governamentais articuladas em redes, de dar sequência a esse determinismo de se reduzir emissões de gases estufa e de se descarbonizar a matriz energética. Existem movimentos que já estão em curso, e que agravam a percepção de que:
1. A COP16 no México será diferente da COP15 na Dinamarca. Ao contrário da Dinamarca, o México é um país comprometido. Durante a COP15 anunciou, junto com a Noruega, a redução de mais de 30% nas emissões de gases estufa, tendo como ano base 1990 e a criação de um fundo verde para financiar países pobres. O México tem a disposição de construir o consenso, coisa que não se viu da parte do governo dinamarquês;
2. Haverá, até o ano que vem, essa repercussão do fracasso. Isso pesa na biografia e no legado dos chefes de estado que passaram pela COP15. Além disso, traz uma inquietação, porque marcou a biografia, é algo que está mal resolvido. Outro aspecto importante é o seguinte: a ONU saiu muito arranhada da Dinamarca pela moldura, pelas regras com que constrói o debate, com essas negociações multilaterais muito complexas e difíceis (é o gigantismo do mundo que não cabe em dez dias de conferência). Isso expõe a ONU a um desgaste que não havia com tanta intensidade antes. E aí se abrem caminhos para outros gêneros de negociação, seja a partir do G-20, seja a criação de um organismo novo multilateral, que seja uma OMC verde, uma OMC ambiental. Estamos vivendo um momento da história em que é preciso haver celeridade no processo. As ações precisam ser tomadas com mais rapidez, precisamos descobrir uma fórmula de negociação que não prorrogue indefinidamente os esforços na direção de um acordo. Nesse sentido estou otimista, o mundo está mudando. As engrenagens estão trabalhando, estão nos projetando na direção de um futuro que poderia ser mais auspicioso se houvesse acordo na Dinamarca, mas o mundo não depende de um acordo da ONU para mudar, porque a mudança está em curso.

sábado, 26 de dezembro de 2009

"Sean e Marcio"







O tempo do Natal e do Ano Novo é pleno de simbologias envolvendo crianças e sentimentos. O mundo nesta época, desde os primórdios do cristianismo, é mostrado como um território dominado por adultos poderosos e insensíveis, abastados e cruéis em eternas conspirações contra meninos inocentes.
O escritor britânico Charles Dickens emprestou, depois, genialidade às novelas natalinas, ao povoa-las de malfeitores de todos os tipos, mas em geral usurários capitalistas que atazanavam crianças inglesas e européias nos livros. Mais tarde, também, as americanas e brasileiras, quando suas histórias ganharam as telas do cinema e os palcos teatrais.
Faltava “o toque bem brasileiro”. A chamada “cor local”, que acaba de explodir em dimensão internacional nas historias reais de dois meninos no Brasil.
No Rio de Janeiro, Sean Goldman, de 9 anos, que voou com o pai para os Estados Unidos, na quinta-feira.
Na Bahia, o menino Márcio, de apenas dois anos, que teve mais de três dezenas de agulhas enfiadas em diferentes regiões do corpo, durante rituais de perversidades, no oeste do Estado, passa o fim de ano internado em um hospital público de Salvador, depois de duas cirurgias de alto risco. Deve passar por uma terceira nos próximos dias.
Como se vê, o Brasil acaba de mostrar ao mundo que também é o tal quando a questão é maltratar crianças. Superou-se até diante de outras nações – olha os ufanistas aí de novo. Produziu ao mesmo tempo dois episódios natalinos de arrepiar.
Sean, o menino meio brasileiro e meio norte-americano acabou, por decisão do ministro presidente da Suprema Corte, Gilmar Mendes, partindo com o pai americano, em vôo fretado por uma poderosa cadeia de televisão americana, para a Flórida. Na Disney passará esses dias festivos, antes do encontro com a família do pai em New Jersey.
A viagem de volta de Sean, para o reencontro com seus avós paternos, mexeu até com a toda-poderosa secretária de Estado americano, Hillary Clinton. Ela vibrou com o veredicto de Gilmar Mendes: "Estou muito contente que Sean Goldman se reuniu com seu pai David Goldman , e que eles estão voando para Nova Jersey. Eu quero agradecer a todos que ajudaram a concluir este longo processo com sucesso, inclusive a muitos membros do Congresso e diversos partidos tanto daqui quanto do Brasil", afirmou a secretária, em nota.
Também o senado norte-americano se meteu no caso. Em seguida à decisão do presidente do Supremo, que mandou a família brasileira – parte materna - devolver “de imediato” o garoto Sean ao pai norte-americano, a casa legislativa votou a suspensão do embargo que pesava sobre a exportação de centenas de produtos brasileiros para os Estados Unidos.
Só não se sabe ainda sobre as transformações na vida e nos sentimentos de Sean, que até aqui é o que parece interessar menos nessa história toda. Isso deve estar reservado para a abordagem do filme que se seguirá, seguramente sucesso de bilheteria. Ou série de TV na rede que patrocina o vôo de Sean com o pai para os Estados Unidos.
O segundo menino simbólico deste Natal incrível é o baiano Márcio, de dois anos e meio de idade, nascido na barriga da miséria nordestina, no seio de família paupérrima no oeste do baiano. A região é exaltada como “a nova fronteira agrícola do Estado” por políticos sevados na demagogia e no dinheiro público fácil.
De lá chega, neste fim de 2009, uma das histórias mais cruéis e horripilantes de qualquer tempo e de qualquer lugar, mesmo os mais primitivos. Também com repercussão mundial, mas sem as mesmas reações locais prontas e os discursos enfáticos dos donos do poder, da política e, muito menos dos escalões mais elevados do judiciário.
Salva-se, no caso, a humanidade e o esforço competente e generoso dos médicos e servidores do hospital público Ana Néri, da capital baiana, para minorar os sofrimentos no corpo e na alma do menino ferido, além da tentativs incessante der salvar Marcinho dos sérios riscos que ainda corre para sobreviver.
Marcio teve o corpo perfurado por mais de 30 agulhas num suposto ritual de magia negra. Recurpera-se de duas cirurgias, a mais recente realizada na véspera do Natal. Ao todo, já foram extraídas 18 agulhas que estavam alojadas no coração, pulmão, intestino, bexiga e fígado do garoto. A criança será ainda submetida a uma terceira intervenção cirúrgica para a retirada de agulhas na coluna cervical.
O padrasto do menino, que confessou o crime, teve a prisão preventiva prorrogada pela justiça, juntamente com duas mulheres suspeitas de participar no alegado ritual macabro. O resto é esperança de um final feliz, como nas mais terríveis novelas deste período.

Vitor Hugo Soares é jornalista.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"Ecologia"




Uma jovem e talentosa atriz de uma novela muito popular, Isabelle Drummond, sempre que fracassam seus planos, usa o bordão:”É a treva”.
Não me vem à mente outra expressão ao assistir o melancólico desfecho da COP 15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague: é a treva!
Sim, a humanidade penetrou numa zona de treva e de horror. Estamos indo ao encontro do desastre.
Anos de preparação, dez dias de discussão, a presença dos principais líderes políticos do mundo não foram suficientes para espancar a treva mediante um acordo consensuado de redução de gases de efeito estufa que impedisse chegar a dois graus Celsius.
Ultrapassado esse nível e beirando os três graus, o clima não seria mais controlável e estaríamos entregues à lógica do caos destrutivo, ameaçando a biodiversidade e dizimando milhões e milhões de pessoas.
O Presidente Lula, em sua corajosa intervenção no dia mesmo do encerramento, 18 de dezembro, foi a único a dizer a verdade:”faltou-nos inteligência” porque os poderosos preferiram barganhar vantagens a salvar a vida da Terra e os seres humanos.
Obama não trouxe nada de novo. Foi imperial, ao impor minuciosas condições aos pobres.
Duas lições se podem tirar do fracasso em Copenhague: a primeira é a consciência coletiva de que o aquecimento é um fato irreversível, do qual todos somos responsáveis, mas principalmente os paises ricos.
E que agora somos também responsáveis, cada um em sua medida, pelo controle do aquecimento para que não seja catastrófico. Depois de Copenhague mudou a consciência coletiva da humanidade. Se irrompeu essa consciência por que não se chegou a nenhum consenso?
Aqui surge a segunda lição que importa tirar da COP 15 em Copenhague: o grande vilão é o modo de produção capitalista, mundialmente articulado, com sua correspondente cultura consumista. Enquanto for mantido, será impossível um consenso que coloque no centro a vida, a humanidade e a Terra.
Para ele o que conta é o lucro, a acumulação privada e o aumento de poder de competição. Faz tempo que ele distorceu a natureza da economia como técnica e arte de produção dos bens necessários à vida. Ele a transformou numa brutal técnica de criação de riqueza por si mesma sem qualquer outra consideração.
Essa riqueza nem sequer é para ser desfrutada mas para produzir mais riqueza ainda, numa lógica obsessiva e sem freios.
Por isso, ecologia e capitalismo se negam frontalmente. Não há acordo possível.O discurso ecológico procura o equilíbrio de todos os fatores, a sinergia com a natureza e o espírito de cooperação.
O capitalismo rompe com o equilíbrio ao sobrepor-se à natureza, estabelece uma competição feroz entre todos e pretende tirar tudo da Terra, até extenuá-la. Se assume o discurso ecológico é para ter mais ganhos.
Ademais, o capitalismo é incompatível com a vida. A vida pede cuidado e cooperação. O capitalismo sacrifica vidas, cria trabalhadores que são verdadeiros escravos “pro tempore” e pratica trabalho infantil em vários paises.
Os negociadores e os líderes políticos em Copenhague ficaram reféns deste sistema. Esse barganha, quer ter lucros, não hesita em pôr em risco o futuro da vida. Sua tendência é autosuicidária.
Que acordo poderá haver entre o lobo e o cordeiro, quer dizer, entre a natureza que grita por respeito e aquele que a devasta sem piedade?
Por isso, quem entende a lógica do capital, não se surpreende com o fracasso da COP 15.
O único que ergueu a voz, solitária, como um “louco” numa sociedade de “sábios”, foi o presidente Evo Morales, da Bolívia: “Ou superamos o capitalismo ou ele destruirá a Mãe Terra”.
Gostemos ou não gostemos, esta é a pura verdade.
Copenhague tirou a máscara do capitalismo, incapaz de forjar consensos porque pouco lhe importam a vida e a Terra mas antes as vantagens e os lucros materiais.

Leonardo Boff é teólogo

"Mensagem de Natal"



ORAÇÃO NO NATAL


Jesus, que neste Natal, Seu olhar de luz penetre nossa alma, como a brisa morna da primavera, e acorde a esperança adormecida sob as folhas secas das ilusões, dos medos, da indiferença, do desespero...

Que Seu perfume, suave como a ternura, envolva todo o nosso ser, confortando-nos e despertando a alegria que jaz esquecida por trás das lamúrias e distrações do caminho...

Que o bálsamo do Seu amor acalme as nossas dores, silencie as nossas queixas, socorra a nossa falta de fé.

Que, neste Natal, o calor da Sua bondade se derrame sobre o nosso Espírito e derreta o gelo milenar do egoísmo que nos infelicita e faz infelizes nossos semelhantes...

Que Seu coração generoso afine as cordas da harpa viva que vibra em nossa intimidade, e possamos cantar e dançar, até que o preconceito fuja, envergonhado, e não mais faça morada em nós...

Que o Seu canto de paz seja ouvido por todos os povos, do Oriente e do Ocidente, e as guerras nunca mais sejam possíveis entre a raça humana...

Que, neste Natal, Suas mãos invisíveis e firmes sustentem as nossas, e nos arranquem dos precipícios dos vícios, da ira, dos ódios que tanto nos infelicitam...

Que a água cristalina da Sua misericórdia percorra nossa alma e remova o lodo do ciúme, da inveja, do desejo de vingança, e de tantos outros vermes que nos corroem e nos matam lentamente...

Que o bisturi do Seu afeto extirpe a mágoa que se aloja em nosso íntimo e nos turva as vistas, impedindo-nos de ver as flores ao longo do caminho...

Que, neste Natal, a pureza da Sua amizade faça com que possamos ver apenas as virtudes dos nossos amigos, e os abracemos sem receio, sem defesas, sem prevenções...

Que Seu canto de liberdade ecoe em nós, para que sejamos livres como as falenas que brincam na brisa morna, penetrada pela suavidade da luz solar...

Que o sopro da Sua fé nos impulsione na direção das estrelas que cintilam no firmamento, onde não mais se ouvem gemidos de dor, e onde a felicidade plena já é realidade.

Ensine-nos, Jesus, a amar, a fazer desabrochar em nossa alma esse sol interior que nos fará luz por inteiro...

Ajude-nos a desenvolver o gosto pelo conhecimento, para que possamos encontrar a verdade que nos libertará da ignorância pertinaz...

E, por fim, Jesus, que neste Natal cada ser humano possa sentir a Sua presença sábia e amiga, convidando a todos a uma vida mais feliz...

Tão feliz que Sua mensagem não mais seja um tímido eco repercutindo em almas vacilantes, mas que seja uma grande melodia que vibra o amor em todos os cantos da Terra...


Redação do Momento Espírita.Em 19.09.2008.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mensagem



Ajude Sempre

Diante da noite, não acuse as trevas. Aprenda a fazer lume.
*
Em vão condenará você o pântano. Ajude-o a purificar-se.
*
No caminho pedregoso, não atire calhaus nos outros. Transforme os calhaus em obras úteis.
*
Não amaldiçoe o vozerio alheio. Ensine alguma lição proveitosa, com o silêncio.
*
Não adote a incerteza, perante as situações difíceis. Enfrente-as com a consciência limpa.
*
Debalde censurará você o espinheiro. Remova-o com bondade.
*
Não critique o terreno sáfaro. Ao invés disso, dê-lhe adubo.
*
Não pronuncie más palavras contra o deserto. Auxilie a cavar um poço sob a areia escaldante.
*
Não é vantagem desaprovar onde todos desaprovaram. Ampare o seu irmão com a boa palavra.
*
É sempre fácil observar o mal e identificá-lo. Entretanto, o que o Cristo espera de nós outros é a descoberta e o cultivo do bem para que o Divino Amor seja glorificado.
* * *

Xavier, Francisco Cândido.
Da obra: Agenda Cristã.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Edição de Bolso. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.

"Ecologia"




Nesta semana, o mundo se reuniu em Copenhague para pensar os problemas do século XXI.
Mas os políticos presentes estavam presos aos problemas do século XX, e até mais atrás.
A ideia era pensar soluções para a vida no planeta nos próximos cem anos, mas cada político representava seus eleitores, não as gerações futuras, e pensava somente nas próximas eleições.
As catástrofes que ameaçam a humanidade adiante não cabem dentro de país nenhum, nem se manifestarão antes das próximas eleições.
Prisioneiros de cada país e do horizonte da próxima eleição, a política e nós, políticos, estamos despreparados para enfrentarmos as tragédias adiante.
Os problemas ficaram globais, mas a política ficou provinciana. O horizonte de tempo ficou centenário, mas a política continua limitada aos quatro anos à frente.
Lamentavelmente, a globalização apequenou os políticos.
Há até algumas décadas, eles faziam discursos internacionais – pelo socialismo, capitalismo, independência, desenvolvimento –, falavam para o mundo defendendo suas ideias.
Agora, falam apenas para seus eleitores, conforme a orientação dos marqueteiros, baseados nas pesquisas de opinião.
Na verdade, a globalização transformou os líderes mundiais do passado em gerentes comerciais de seus respectivos países.
Para encontrarmos caminhos para cada país, precisaremos encontrar caminhos para o mundo inteiro. E, para tanto, precisaremos de um tipo de político que ainda não temos.
Pelo menos cinco desafios deverão ser enfrentados pela política e pelos políticos nos próximos anos e décadas, para que eles estejam em condições de conduzir os destinos de seus países e da humanidade.
O primeiro desafio é espacial: ser nacional e global, ser capaz de atender às aspirações locais de seus eleitores, sem perder de vista a necessidade de sacrifícios locais em benefício de um planeta equilibrado no futuro.
Esse é um desafio para o qual a geração sentada em Copenhague não parece preparada.
O segundo desafio é temporal: ganhar votos de eleitores imediatistas e ao mesmo tempo olhar para o longo prazo.
Combinar o horizonte de décadas adiante, com o horizonte dos meses até as eleições seguintes.
O terceiro desafio é atravessar a fronteira civilizatória: ir além do debate entre o social e o econômico, e formular uma proposta alternativa para a próxima civilização.
Em vez de apenas propor como produzir mais e distribuir melhor, pensar no que produzir e em como produzir.
Formular novos propósitos: mais tempo livre, mais produtos públicos, nova composição do produto, nova matriz de energia.
Isso vai exigir trocar a busca pelo crescimento pela busca de outro tipo de objetivo, que pode implicar inclusive um decrescimento econômico que traga aumento na qualidade de vida.
O quarto desafio é implícito à atividade política: como se relacionar com o eleitor.
O político das próximas décadas não deve ser apenas o boneco ventrículo dos marqueteiros e da opinião pública.
Terá de se arriscar a propor o novo, mesmo sabendo que diminuem suas chances de ganhar eleições.
Voltou o tempo do Estadista, mas desta vez com sentimento planetário. Além disso, o político não pode se dar ao luxo de ouvir os eleitores apenas por meio da mídia.
A comunicação tem que ser a cada minuto, pelos novos meios de comunicação instantânea.
Finalmente, o quinto desafio é de mentalidade.
O político do futuro deve ser um construtor da mentalidade que permitirá um salto: da atual civilização do consumo depredador privado para a mentalidade do equilíbrio ecológico, da satisfação com o uso de bens públicos; da substituição da divindade do consumo pelo reino do bem-estar.
E o caminho para mudar a mentalidade é uma revolução educacional em escala global.
Todos na escola, mas em uma nova escola.
Pena que não haja muitas chances de que esses e outros desafios sejam enfrentados, diante da mediocridade ideológica provocada pela globalização atual.
Por isso, não dá para sermos otimistas em Copenhague. Nossos líderes ainda não entenderam o que lá estava em jogo.

Cristovam Buarque é senador pelo PDT-DF

"COP15"




O compromisso político obtido nesta sexta-feira pelos chefes de Estado em Copenhague foi "um desastre para os países mais pobres", afirmou a ONG Amigos da Terra.
"Estamos enojados com a incapacidade dos países ricos de assumir compromissos sobre a redução das emissões, em particular com os Estados Unidos, que são, historicamente, o principal emissor mundial de gases do efeito estufa", afirmou o presidente da Amigos da Terra, Nnimmo Bassey.
Copenhague foi um "completo fracasso". Com o "adiamento das ações, o planeta sofrerá com fome e mortes na medida em que se acelerar a mudança climática". "A responsabilidade sobre este resultado desastroso é estritamente das Nações desenvolvidas".
Para Kumi Naidoo, diretor executivo da Greenpeace Internacional, o acordo tem tantos buracos que "poderia se voar com um avião através dele; o Air Force One, por exemplo".
"Um acordo repleto de aspirações e promessas não é nada além de maquiagem verde", disse Patricia Arendar, diretora executiva do Greenpeace México.
"Permitir que a temperatura suba até 3 graus é condenar a humanidade a sofrer ainda mais com fome, epidemias, perda de lares e safras, e até de vidas. Este é o futuro que estão nos deixando os políticos em Copenhague".
O grupo ecologista Sierra Club destacou que um dos culpados é o Senado dos Estados Unidos, que não aprovou a legislação apoiada pelo presidente Barack Obama para reduzir as emissões de gases do efeito estufa da maior economia do planeta.
"O presidente Obama e o restante do mundo pagaram um preço excessivo em Copenhague pela obstrução do Senado dos Estados Unidos", disse o diretor do Sierra Club, Carl Pope.
A organização ecológica WWF manifestou sua preocupação com o fato de não haver obrigatoriedade sobre os compromissos assumidos.
"Uma brecha entre a retórica e a realidade poderá custar milhões de vidas, bilhões de dólares e uma grande quantidade de oportunidades perdidas", afirmou Kim Carstensen, diretor da Iniciativa Climática Global da WWF.
Jeremy Hobbs, diretor-executivo da Oxfam International, disse que "milhões de pessoas, em todo o mundo, não querem ver suas esperanças de um acordo justo, vinculante e ambicioso acabarem em Copenhague.
"Os líderes têm que voltar à mesa no início de 2010 e tomar as decisões difíceis que evitaram em Copenhague".

"A Vontade"


“O reino dos céus está dentro de vós”, disse o Cristo.

O mesmo pensamento está por outra forma expresso nos Vedas: “Tu trazes em ti um amigo sublime que não conheces”.

A sabedoria persa não é menos afirmativa: “Vós viveis no meio de armazéns cheios de riquezas e morreis de fome à porta”. (Suffis Ferdousis).


Todos os grandes ensinamentos concordam neste ponto: É na vida íntima, no desabrochar de nossas potências, de nossas faculdades, de nossas virtudes, que está o manancial das felicidades futuras.Há em toda alma humana dois centros ou, melhor, duas esferas de ação e expressão. Uma delas, circunscrita à outra, manifesta a personalidade, o “eu”, com suas paixões, suas fraquezas, sua mobilidade, sua insuficiência. Enquanto ela for reguladora de nosso proceder, temos a vida inferior semeada de provações e males. A outra, interna, profunda, imutável, é, ao mesmo tempo, a sede da consciência, a fonte da vida espiritual, o templo de Deus em nós. É somente quando este centro de ação domina o outro, quando suas impulsões nos dirigem, que se revelam nossas potências ocultas e que o Espírito se afirma em seu brilho e beleza. É por ele que estamos em comunhão com “o Pai que habita em nós”, segundo as palavras do Cristo, com o Pai que é o foco de todo o amor, o princípio de todas as ações.Por que meio poremos em movimento as potências internas e as orientaremos para um ideal elevado? Pela vontade! O uso persistente, tenaz, desta faculdade soberana permitir-nos-á modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte.É pela vontade que dirigimos nossos pensamentos para um alvo determinado. Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam sem cessar. Sua mobilidade constante e sua variedade infinita, pequeno acesso oferecem às influências superiores. É preciso saber concentrar-se, pôr o pensamento acorde com o pensamento divino. Então, a alma humana é fecundada pelo Espírito divino, que a envolve e penetra, tornando-a apta a realizar nobres tarefas, preparando-a para a vida no Espaço, cujos esplendores ela, enfraquecidamente, começa a entrever desde este mundo. Os Espíritos elevados vêem e ouvem os pensamentos uns dos outros, com os quais são harmonias penetrantes, ao passo que os nossos são, as mais das vezes, somente discordâncias e confusão. Aprendamos, pois, a servir-nos de nossa vontade e, por ela, a unir nossos pensamentos a tudo o que é grande, à harmonia universal, cujas vibrações enchem o espaço e embalam os mundos. A vontade é a maior de todas as potências; é, em sua ação, comparável ao ímã. A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida, atrai-nos novos recursos vitais; tal é o segredo da lei de evolução. A vontade pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e, por esta forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações, prepará-lo para mais alto grau de existência.O princípio de evolução não está na matéria, está na vontade, cuja ação tanto se estende à ordem invisível das coisas como à ordem visível e material. Esta é simplesmente a conseqüência daquela. O princípio superior, o motor da existência, é a vontade. A Vontade Divina é o supremo motor da Vida Universal!O que importa, acima de tudo, é compreender que podemos realizar tudo no domínio psíquico; nenhuma força fica estéril, quando se exerce de maneira constante, em vista de alcançar um desígnio conforme ao Direito e à Justiça.Pela vontade criadora dos grandes Espíritos e, acima de tudo, do Espírito divino, uma vida repleta de maravilhas desenvolve-se e estende, de degrau em degrau, até ao infinito, nas profundezas do céu, vida incomparavelmente superior a todas as maravilhas criadas pela arte humana e tanto mais perfeita quanto mais se aproxima de Deus.Se o homem conhecesse a extensão dos recursos que nele germinam, talvez ficasse deslumbrado e, em vez de se julgar fraco e temer o futuro, compreenderia a sua força, sentiria que ele próprio pode criar esse futuro.Cada alma é um foco de vibrações que a vontade põe em movimento. Uma sociedade é um agrupamento de vontades que, quando estão unidas, concentradas num mesmo fito, constituem centro de forças irresistíveis. As humanidades são focos mais poderosos ainda, que vibram através da imensidade.Querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a Lei Divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste: “A Fé transporta montanhas.Não é consolador e belo poder dizer: Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade, e agora conheço a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do Espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades: vencerei o mal em mim; desapegar-me-ei de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o vôo para os mundos felizes!Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de percorrer. Este caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na Estrada Infinita, tenho um guia seguro - a compreensão da lei de vida, progresso e amor que rege todas as coisas: aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de todas as maravilhas do Cosmo. Minha vontade chama-se: “Para a frente, sempre para a frente, cada vez mais conhecimento, mais vida, vida divina!” E com ela conquistarei a plenitude da existência, construirei para mim uma personalidade melhor, mais radiosa e amante. Saí para sempre do estado inferior do ser ignorante, inconsciente de seu valor e poder; afirmo-me na independência e dignidade de minha consciência e estendo a mão a todos os meus irmãos, dizendo-lhes:Despertai de vosso pesado sono; rasgai o véu material que vos envolve, aprendei a conhecer-vos, a conhecer as potências de vossa alma e a utilizá-las. Todas as vozes da Natureza, todas as vozes do Espaço vos bradam: “Levantai-vos e marchai! Apressai-vos para a conquista de vossos destinos!A todos vós que vergais ao peso da vida, que, julgando-vos sós e fracos, vos entregais à tristeza, ao desespero ou que aspirais ao nada, venho dizer: “O nada não existe; a morte é um novo nascimento, um encaminhar para novas tarefas, novos trabalhos, novas colheitas; a vida é uma comunhão universal e eterna que liga Deus a todos os seus filhos.A vós todos, que vos credes gastos pelos sofrimentos e decepções, pôr seres aflitos, corações que o vento áspero das provações secou; Espíritos esmagados, dilacerados pela roda de ferro da adversidade, venho dizer-vos:Não há alma que não possa renascer, fazendo brotar novas florescências. Basta-vos querer para sentirdes o despertar em vós de forças desconhecidas. Crede em vós, em vosso rejuvenescimento em novas vidas; crede em vossos destinos imortais. Crede em Deus, Sol dos sóis, foco imenso, do qual brilha em vós uma centelha, que se pode converter em chama ardente generosa!Sabei que todo homem pode ser bom e feliz; para vir a sê-lo basta que o queira com energia e constância. A concepção mental do ser, elaborada na obscuridade das existências dolorosas, preparada pela vagarosa evolução das idades, expandir-se-á à luz das vidas superiores e todos conquistarão a magnífica individualidade que lhes está reservada.Dirigi incessantemente vosso pensamento para esta verdade: - que podeis vir a ser o que quiserdes. E sabei querer ser cada vez maiores e melhores. Tal é a noção do progresso eterno e o meio de realizá-lo; tal é o segredo do força mental, da qual emanam todas as forças magnéticas e físicas. Quando tiverdes conquistado este domínio sobre vós mesmos, não mais tereis que temer os retardamentos nem as quedas, nem as doenças, nem a morte; tereis feito de vosso “eu” inferior e frágil uma alta e poderosa individualidade!


(Léon Denis - Obra: O Problema do Ser, do Destino e da Dor).

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

"Alagamentos Urbanos"




[EcoDebate]

Enquanto continuamos concentrados no aquecimento global, na preservação da floresta amazônica, na reformulação do Código Florestal, na polêmica da reserva legal nas áreas rurais, tudo importante para o futuro, é claro, vivemos as agruras do presente em cidades assoberbadas pelos desastres provocados por fenômenos naturais. E chuvas que já aconteceram muitas vezes, ao longo do tempo, e não provocavam nenhum dano, hoje são catastróficas. A resposta é bem simples e conhecida de todos nós urbanos: está na ocupação dos leitos maiores dos cursos d’água, no avanço das construções pelas encostas íngremes, na impermeabilização do solo por ruas e avenidas asfaltadas, nos terreiros cimentados e na drenagem dos telhados por calhas que são canalizadas diretamente para as ruas. Tudo isso nós sabemos e as autoridades, também.. O que fazer, então? O que vou sugerir é muito simples, sendo muito mais uma questão de logística do que de tecnologias de conservação.

Em primeiro lugar, há de se fazer um trabalho permanente de conscientização da população quanto ao comportamento ambiental dos núcleos urbanos. Não falo de programas aleatórios que surgem durante e logo após desastres como os vivido recentemente por Belo Horizonte e outros núcleos urbanos pelo país a fora. Falo de trabalho cotidiano junto às comunidades, com cartilhas, mensagens, reuniões com pais e mães nas escolas, com trabalhadores nas empresas, com vendedores ambulantes e tantos outros. Falo da inclusão de alunos nas discussões, mas sem viés emotivo, muito a gosto dos ambientalistas. Falo em mostrar as realidades cruas e nuas, mas com indicação de causas e demonstrações dos efeitos interativos homem/natureza. Falo, em resumo, de trabalho sistemático de instituições públicas e da sociedade organizada, feito durante todo o ano e ao longo dos anos, pois haverá sempre um novo ângulo a ser atacado, pela própria dinâmica das cidades.

Em segundo lugar, há de se buscar a participação de especialistas em áreas como geologia, hidrologia, saneamento, urbanismo e arquitetura, engenharia civil, sociologia e comunicação, desvinculados de interesses corporativos ou empresariais, para, em conjunto, indicarem alternativas apropriadas para as diversas situações. Posso citar, com relação aos alagamentos em Belo Horizonte, por exemplo, uma ampla discussão sobre a eficiência de pequenos reservatórios domésticos para captação de águas de chuvas, de reservatórios maiores em prédios e condomínios, de valas de infiltração, de tubulações de drenagem com fundos porosos etc. Muitos poderão dizer que as prefeituras já contam com tais grupos de especialistas, mas eu digo que não, pois nelas ainda predominam os projetos encomendados de empresas que tendem a puxar as brasas para suas sardinhas e acabam sugerindo grandes obras de engenharia, nem sempre eficientes, mas certamente lucrativas. As decisões precisam ser avalizadas por comunidades científicas independentes e tomadas após discussão com as sociedades envolvidas, através de suas entidades representativas. Não devemos nos esquecer, nunca, que os dirigentes municipais não passam de empregados das respectivas sociedades.

Em terceiro lugar, os espaços urbanos precisam ser zoneados, ter as áreas de risco delimitadas, ter programas de adequação construção/ambiente e outros de realocação populacional. Depois disso, as autoridades municipais precisam exercer seus poderes de polícias administrativas para garantirem a execução e a manutenção do planejado. Compete também às populações, bem esclarecidas pelas campanhas já mencionadas, descartarem os dirigentes inoperantes e buscarem novos, não deixando que as paixões partidárias prevaleçam sobre as necessidades de se ter cidades civilizadas.

Se estas aparentes utopias de hoje não caminharem para realidades próximas, os nossos núcleos urbanos, principalmente os representados por metrópoles como Belo horizonte, vão se tornar cada vez piores. São procedimentos simples, até óbvios e elementares, mas que inexplicavelmente não são adotados no dia a dia. Por que será? Faça você uma reflexão e decida mudar de atitude para colaborar na criação de novas concepções e novos procedimentos gerenciais urbanos.

Osvaldo Ferreira Valente
Professor titular aposentado da UFV e especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas

" Os Benefícios da Oração"




"É indispensável compreender que a oração opera uma verdadeira transfusão de plasma espiritual, no levantamento de nossas energias". - Padre Eustáquio/ Psicografado por Chico Xavier



Dentre os inúmeros benefícios da oração, a palavra do Mensageiro de Luz, que na última encarnação prodigalizou inúmeras curas, destaca a ocorrência da transfusão de energias espirituais que se dá no momento da prece. Equivalente ao processo de transfusão sanguínea, nós recebemos, no instante da oração, o que o Benfeitor chama de "plasma espiritual".

No plasma sanguíneo se encontram os glóbulos vermelhos, e o volume abaixo do normal desses glóbulos pode levar uma pessoa a ter anemia. Poderemos assim concluir que, no plasma espiritual, também encontramos substâncias que irão aumentar reservas de forças energéticas para superarmos nosso padecimentos. Guardadas as devidas proporções, poderíamos afirmar que a prece é um poderoso suplemento vitamínico.

As dificuldades do dia-a-dia acostumam operar um desgaste de nossas energias.

A preocupação, o medo, a aflição, a ansiedade e o desespero são como grandes válvulas por onde nossas reservas de força costumam se desvanecer. Ocorre uma espécie de "hemorragia magnética". Isso explica o motivo pelo qual nos sentimos abatidos e desanimados quando enfrentamos uma determinada situação mais estressante. Vejamos como uma pessoa chega a envelhecer depois de atravessar uma fase de provações. Até os cabelos embranquecem, quando não caem. Perda de energia vital que a prece poderia repor.

A oração é o posto de abastecimento de nossas energias. É o momento de renovação de nossas forças. É o instante em que Deus fala conosco e nos supre dos nutrientes espirituais necessários ao nosso revigoramento. Quem ora é mais forte, quem ora é mais sábio, quem ora está mais perto de Deus, e, portanto, mais perto de equacionar seus padecimentos.

Que tal você deixar que o Pai lhe dê agora o alimento de que você está necessitando? Entre logo nessa conexão divina e esteja on-line com Deus, em todos os lances de sua vida, e cure rapidamente essa anemia espiritual.



Este texto é um capítulo do livro Minutos com Chico Xavier
José Carlos De Lucca

domingo, 13 de dezembro de 2009

"Apesar do que Somos"


Uma ótima semana para todos vocês!



APESAR DO QUE SOMOS...


Amigo(a), certo homem andava muito triste por não ter conseguido ajudar a um colega de muito anos.

Começou a refletir que ainda era muito imperfeito: não era dinâmico como queria; portava-se egoisticamente em certos momentos; faltava-lhe coragem para realizar determinados planos; queria ser mais paciente e não conseguia; quando alguém lhe expunha um problema, não sabia o que fazer.

Enfim, descobriu que não era o super-homem...

Encontrando grande amigo, comenta-lhe de sua decepção por ser ele quem era...

O companheiro medita por instantes e serenamente lhe diz:

- Não permita que a decepção lhe tome o coração. Somos o que somos; o mais importante é o quanto já melhoramos e tanto bem que podemos fazer, mesmo com nossas imperfeições... Hoje somos melhores do que ontem em conduta e caráter. A árvore não cresce de um dia para outro. Ela necessita de vários anos e estações. Faça o melhor a cada dia. Lembre-se de que mesmo no pântano nascem lírios de rara beleza. Mesmo imperfeitos, espalhemos o bem e a luz.


Do livro: REFLEXÕES PARA A PAZ
Autor: JOAMAR ZANOLINI NAZARETH

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

"Mensagem de Natal"


Tempo de Natal


Senhor Jesus!...

Ante o Natal

Que nos refaz na Terra o mais formoso dia,

Somos gratos a todos os irmãos,

Que te festejam,Entrelaçando as mãos

Nas obras do progresso.


Vimos também trazer-te a nossa gratidão

Pela fé que acendeste

Em nosso coração.

Mas, se posso, Jesus, desejo expor-te

O meu pedido de Natal;

Falando de progresso, rogo-te, se possível,

Guiar os homens e as mulheres,

Sejam de qualquer nível,

Para que inventem, onde estejam,

Novos computadores

Que consigam contar

As crianças que vagam nos caminhos,

Sem apoio e sem lar,

E os doentes cansados e sozinhos,

Presos no espaço de ninguém,

Para que se lhes dê todo o amparo do Bem.


Auxilia, Senhor, a humana inteligência

A fabricar foguetes

Dentro de segurança que não erra,

Que possam transportar remédio,alimento e socorro,

Onde a dor apareça atribulando a Terra.


Que o mundo te receba as bênçãos naturais

Doando mais amor aos animais,

Que nunca desampare as árvores amigas,

Não envenene os ares,

Nem tisne as fontes, nem polua os mares,

Que o ódio seja, enfim, esquecido, de todo,

Que a guerra seja posta nos museus,

Que em todos nós impere o imenso

amor de Deus.


Que o teu Natal se estenda ao mundo inteiro

E que, pensando em teu amor,

De cada amanhecer

Que todos resolvamos a fazer

Um dia novo de Natal...

E que, encontrando alguém,

Possamos repetir, tocados de alegria,

De paz, amor e luz:

Companheiro, bom dia,

Hoje também é dia de Jesus.


Maria Dolores(Mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da Prece, em reunião pública da noite de 25 de setembro de 1982, em Uberaba - MG)

" COP 15 "



O que está em jogo em Copenhague

Em Copenhague os 192 representantes dos povos vão se confrontar com uma irreversibilidade: a Terra já se aqueceu, em grande, por causa de nosso estilo de produzir, de consumir e de tratar a natureza.

Só nos cabe adaptamo-nos às mudanças e mitigar seus efeitos perversos.

O normal seria que a humanidade se pergunta-se, como um medico faz ao seu paciente: por que chegamos a esta situação?

Importa considerar os sintomas e identificar a causa. Errôneo seria tratar dos sintomas deixando a causa intocada continuando a ameaçar a saúde do paciente.

É exatamente o que parece estar ocorrendo em Copenhague. Procuram-se meios para tratar os sintomas mas não se vai à causa fundamental.

A mudança climática com eventos extremos é um sintoma produzido por gases de efeito estufa que tem a digital humana. As soluções sugeridas são: diminuir as porcentagens dos gases, mais altas para os paises industrializados e mais baixas para os em desenvolvimento; criar fundos financeiros para socorrer os paises pobres e transferir tecnologias para os retardatários.

Tudo isso no quadro de infindáveis discussões que emperram os consensos mínimos.

Estas medidas atacam apenas os sintomas. Há que se ir mais fundo, às causas que produzem tais gases prejudiciais à saúde de todos os viventes e da própria Terra.

Copenhague dar-se-ia a ocasião de se fazer com coragem um balanço de nossas práticas em relação com a natureza, com humildade reconhecer nossa responsabilidade e com sabedoria receitar o remédio adequado.Mas não é isto que está previsto.

A estratégia dominante é receitar asperina para quem tem uma grave doença cardíaca ao invés de fazer um transplante.

Tem razão a Carta da Terra quando reza:”Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo...Isto requer uma mudança na mente e no coração”.

É isso mesmo: não bastam remendos; precisamos recomeçar, quer dizer, encontrar uma forma diferente de habitar a Terra, de produzir e de consumir com uma mente cooperativa e um coração compassivo.

De saída, urge reconhecer: o problema em si não é a Terra, mas nossa relação para com ela. Ela viveu mais de quatro bilhões de anos sem nós e pode continuar tranquilamente sem nós.

Nós não podemos viver sem a Terra, sem seus recursos e serviços. Temos que mudar. A alternativa à mudança é aceitar o risco de nossa própria destruição e de uma terrível devastação da biodiversidade.

Qual é a causa? É o sonho de buscar a felicidade que se alcança pela acumulação de riqueza material e pelo progresso sem fim, usando para isso a ciência e a técnica com as quais se pode explorar de forma ilimitada todos os recursos da Terra.

Essa felicidade é buscada individualmente, entrando em competição uns com os outros, favorecendo assim o egoísmo, a ambição e a falta de solidariedade.

Nesta competição os fracos são vitimas daquilo que Darwin chama de seleção natural. Só os que melhor se adaptam, merecem sobreviver, os demais são, naturalmente, selecionados e condenados a desaparecer.

Durante séculos predominou este sonho ilusório, fazendo poucos ricos de um lado e muitos pobres do outro à custa de uma espantosa devastação da natureza.

Raramente se colocou a questão: pode uma Terra finita suportar um projeto infinito? A resposta nos vem sendo dada pela própria Terra.

Ela não consegue, sozinha, repor o que se extraiu dela; perdeu seu equilíbrio interno por causa do caos que criamos em sua base físico-química e pela poluição atmosférica que a fez mudar de estado. A continuar por esse caminho comprometeremos nosso futuro.

Que se poderia esperar de Copenhague? Apenas essa singela confissão: assim como estamos não podemos continuar. E um simples propósito: Vamos mudar de rumo.

Ao invés da competição, a cooperação. Ao invés de progresso sem fim, a harmonia com os ritmos da Terra. No lugar do individualismo, a solidariedade generacional. Utopia? Sim, mas uma utopia necessária para garantir um porvir.



Leonardo Boff é teólogo
" NUNCA TE ESQUEÇA A BONDADE NO DESEMPENHO DE QUALQUER OBRIGAÇÃO. "

( Irmã Cipriana "No Mundo Maior"- André Luiz )

Chico Xavier

Chico Xavier
"... se eu dispusesse de autoridade, rogava aos homens que estão arquitetando a construção do Terceiro Milênio que colocassem no portal da Nova Era as inolvidáveis palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: -"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Allan Kardec

Allan Kardec
" Fora da Caridade, não há salvação. "

Pesquisar este blog

Seguidores

Quem sou eu

Minha foto
Frequentadores do Centro Espírita Lar de Maria ou pessoas afins.