quinta-feira, 29 de abril de 2010

"Momentos"

Para celebrar a vida!

"O Potencial de Cada Um"

Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendo
devastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas.

Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazer
seria criar uma escola.

Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidades
de voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradas
necessárias e importantes para quem vive em uma floresta.

No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, o
desempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiu
apresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duas
habilidades.

O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos e
péssimo em corridas.

Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e não
conseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação.

O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início do
curso, acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorar
em natação.

A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando ao
tentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e não
conseguiu mais nem correr, nem nadar.

Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola,
porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo.

Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidade
de vida na floresta.

Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu o
curso e fez o discurso de formatura foi a enguia.

Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não se
esmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matérias
mais ou menos pela metade.

* * *

Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelho
se dedicando à natação, rimos da história.

Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, por
vezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta.

É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo o
potencial da criatura de ser ela mesma.

Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filho
para que siga determinada profissão.

Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferirá
uma carreira de sucesso e insistimos para que abrace a profissão que
toda a família segue.

Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumir
o negócio da família, logo mais.

Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinado
momento, passando a ser administradas por quem não tem potencial nem
vontade para o tipo de negócio, acabam por desaparecer.

Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas,
mas nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama o
que faz.

E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, sempre
reclamando de tudo e de todos.

Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencial
de cada um.

Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelas
diferenças que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal onde
cada um é especial e desempenha, na Terra, a missão que o Divino
Criador lhe confiou.

Redação do Momento Espírita, com base na fábula Para gente de
escola,

de George H. Reavis, traduzida por Terezinha Gomes Lankenau,

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Vinde a eles as criancinhas?"



As sucessivas denúncias de pedofilia e abuso sexual cometidos por sacerdotes e acobertados por bispos e cardeais envergonham a Igreja Católica e abalam a fé de inúmeros fiéis.

No caso da Irlanda, onde mais de 2 mil crianças entregues aos cuidados de internatos religiosos foram vítimas da prática criminosa de assédio sexual, o papa Bento XVI divulgou documento em que pede perdão em nome da Igreja, repudia como abominável o que ocorreu e exige indenização às vítimas.

Faltou ao pontífice determinar punições da Igreja aos culpados, ainda que tenha consentido em submetê-los às leis civis. O clamor das vítimas e de suas famílias exige que a Santa Sé aja com rigor: suspensão imediata do ministério sacerdotal, afastamento das atividades pastorais e sujeição às leis civis que punem tais práticas hediondas.

A crescente laicização da sociedade européia reduz drasticamente o número de fiéis católicos e a freqüência à igreja. O catolicismo europeu, atrelado a uma espiritualidade moralista e a uma teologia acadêmica, afastado do mundo dos pobres e imbuído de um saudosismo ultramontano que o faz ignorar o Concilio Vaticano II, perde sempre mais o entusiasmo evangélico e a ousadia profética.

Dominado por movimentos fundamentalistas que cultivam a fé em Jesus, mas não a fé de Jesus, o catolicismo europeu cheira a heresia ao incensar a papolatria e encarar o mundo, não mais como "vale de lágrimas", e sim como refém de um relativismo que corrói as noções de autoridade, pecado e culpa.

Ao olvidar a dimensão social do pecado, como a injustiça, a opressão, o latifúndio improdutivo ou a apologia à desigualdade, o catolicismo liberal centrou sua pregação na obsessão sexual. Como se Deus tivesse incorrido em erro ao tornar a sexualidade prazerosa.

Como o Espírito Santo se vale de vias transversas para renovar a Igreja, tomara que as denúncias de pedofilia eclesiástica sirvam para pôr fim ao celibato obrigatório do clero diocesano, permitir a ordenação sacerdotal de homens e mulheres casados e ultrapassar o princípio doutrinário, ainda vigente, de que, no matrimônio, as relações sexuais são admissíveis apenas quando visam à procriação.

Ora, tivesse Deus de acordo com tal princípio, não teria feito do gênero humano uma exceção na espécie animal e, portanto, destituiria o homem e a mulher da capacidade de amar e expressar o amor através de carícias, e incutiria neles o cio próprio dos períodos procriatórios dos bichos, o que os faz se acasalar.

Jesus foi celibatário, mas é uma falácia deduzir que pretendeu impor sua opção aos apóstolos. Tanto que, segundo o evangelho de Marcos, curou a sogra de Pedro (1, 29-31). Ora, se tinha sogra, Pedro tinha mulher. E ainda foi escolhido como primeiro cabeça da Igreja.

Os evangelhos citam as mulheres que integravam o grupo de discípulos de Jesus: Suzana, Joana etc. (Lucas 8, 1-3). E deixam claro que a primeira pessoa a anunciar Jesus como Deus entre nós foi uma apóstola, a samaritana (João 4, 39).

Nos seminários e casas de formação do clero e de religiosos é preciso avaliar se o que se pretende é formar padres ou cristãos, uma casta sacerdotal ou evangelizadores, pessoas submissas ao figurino romano ou homens e mulheres dotados de profunda espiritualidade evangélica, afeitos à vida de oração e comprometidos com os direitos dos pobres.

No tempo de Jesus, as crianças eram desprezadas por sua ignorância e repudiadas pelos mestres espirituais. Jesus agiu na contramão dos preceitos vigentes ao permitir que as crianças dele se aproximassem e ao citá-las como exemplo de fidelidade a Deus. Porém, deixou claro que seria preferível amarrar uma pedra no pescoço e se atirar na água do que escandalizar uma delas (Marcos 9, 42).

As seqüelas psíquicas e espirituais daqueles que confiaram em sacerdotes tarados são indeléveis e de alto custo no tratamento terapêutico prolongado. As vítimas fazem muito bem ao exigir indenização. Resta à Igreja punir os culpados e cuidar para que tais aberrações não se repitam.

Frei Betto é escritor, autor de "Um homem chamado Jesus" (Rocco), entre outros livros.



quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Luto Solidário"



 
 Luto:Solidário Vítimas de Niterói/RJ


" Tragédia do Rio"






Rio: a falta dos "profetas da ecologia"






Leonardo Boff *

Adital -





Entre os dias 5-8 de abril do corrente ano, o Estado do Rio de Janeiro (a cidade e outras vizinhas, especialmente Niterói) conheceram a maior enchente histórica dos últimos 48 anos. Houve grandes alagamentos nas principais ruas, deslizamentos de encostas, subida de um metro e meio da águas da Lagoa Rodrigo de Freitas provocada, em parte, pela elevação da maré que impediu o desaguar das águas pluviais. O mais terrível foi a morte de centenas de pessoas, soterradas por toneladas de terra, árvores, pedras e lixo. Entre outras, três causas parecem as principais causadoras desta tragédia, que, de tempos em tempos, se abate sobre a cidade, encantadora por sua paisagem que combina mar, montanhas e floresta, associada a uma população alegre e acolhedora.

A primeira são as enchentes propriamente ditas, típicas destas áreas subtropicais. Mas ocorre um agravante que é o aquecimento global. A tragédia do Rio deve ser analisada no contexto de outras ocorridas no Sul do país com tufões, prolongadas chuvas com enormes deslizamentos e centenas de vítimas e da cidade de São Paulo que durante mais de um mês seguido sofreu enchentes que deixaram bairros inteiros ininterruptamente debaixo de águas. Analistas apontaram mudanças nos ciclos hidrológicos causadas pelo aquecimento das águas do Atlântico, como vem ocorrendo no Pacífico. Este quadro tende a se repetir com mais frequência e até com mais intensidade à medida que o aquecimento global se agravar. A tragédia climática trouxe à luz a tragédia social vivida pelas populações carentes. Esta é a segunda causa. Há mais de 500 favelas (comunidades pobres), dependuradas nas encostas das montanhas que serpenteiam a cidade. Elas não são culpadas pelos deslizamentos, como apontava o governador. Elas moram nestas regiões de risco porque, simplesmente, não tem para onde ir. Há uma notória insensibilidade geral pelos pobres, fruto do elitismo de nossa tradição colonial e escravagista. O Estado não foi montando para atender toda a população, mas principalmente as classes já beneficiadas. Nunca houve uma política pública consistente que inserisse as favelas como parte da cidade e por isso as urbanizasse, garantindo-lhes habitação segura, infra-estrutura de esgoto, água e luz e, não em último lugar, transporte. Sempre houve políticas pobres para os pobres que são as grandes maiorias da população e políticas ricas para os ricos. A consequência deste descaso se revela nos desastres que vitimam centenas de pessoas.

A terceira causa é a que eu chamaria de a falta de "profetas da ecologia". Observando-se ruas e avenidas inundadas, viam-se boiando por sobre as águas, todo tipo de lixo, sacos cheios de rejeitos, garrafas plásticas, caixotes e até sofás e armários. Quer dizer, a população não incorporou uma atitude ecológica mínima de cuidar do lixo que produz. Esse lixo entupiu os bueiros e outros sugadouros de águas pluviais, o que provocou a subida repentina das águas torrenciais e seu lento escoamento.

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, nos oferece um belo exemplo. Sob a orientação de um irmão marista, Antônio Cecchin, que há anos vem trabalhando nos meios pobres em volta da cidade, organizou centenas de catadores de lixo. Fez levantar cerca de vinte grandes galpões, perto do centro, na ponta da Ilha Grande dos Marinheiros, onde o lixo é selecionado, limpado e vendido a diferentes fábricas que o re-utilizam.

Conscientizou os catadores de que com seu trabalho estão ajudando a manter a cidade limpa para que seja um lugar em que se possa viver com alegria. Orgulhosamente os catadores escreveram atrás de cada carrinho, em grandes letras, o seu título de dignidade: "Profetas da Ecologia".
Assumiram como ideal as palavras de um de nossos maiores ecologistas, José Lutzenberger: "Um só catador faz mais pelo meio-ambiente no Brasil do que o próprio ministro do meio-ambiente". Se existissem estes "profetas da ecologia" no Estado do Rio de Janeiro, as enchentes seriam menos avassaladoras e centenas de vidas seriam poupadas.

* Teólogo, filósofo e escritor

domingo, 11 de abril de 2010

"Viagem para dentro de si"


Rosemeire Zago


Lamentavelmente, o sofrimento nos causa muita dor, mas também nos faz crescer, porque quando estamos bem, nos acomodamos e dificilmente buscamos novos aprendizados. Sempre é possível aprender algo novo a respeito de si mesmo, por isso autoconhecimento é tão importante.
Ao elevarmos o conhecimento sobre quem somos, ficamos muito mais conscientes do que queremos para nós e paramos de corremos atrás daquilo que nos ensinaram que deveríamos querer e, assim, voltamos o foco para onde ele nunca deveria ter saído: dentro de nós mesmos. Não vivemos mais a mercê de outras pessoas, mendigando atenção, reconhecimento, amor, aprovação, carinho, pois aprendemos a nos nutrir com nossos próprios recursos, e estes, tenha certeza, são infinitos.


A pior situação que podemos viver é passar toda nossa existência querendo conhecer o outro, quando sequer olhamos para aquilo que está dentro de nós, alienado dos próprios sentimentos. Ou ainda, quantos passam a vida esperando pelo amor e respeito do outro, ou vivendo em função de alguém? É bom ser amado, reconhecido, aprovado, respeitado? Claro, mas isso não deve ser uma condição para ser feliz. Quantos de nós fazemos coisas completamente diferentes do que sentimos e desejamos? E com que freqüência você faz isso? Quanto você se ama e se respeita? De que maneira as pessoas lhe tratam? Será que a maneira que o tratam não é apenas um reflexo de como você mesmo se trata? Já pensou sobre isso? Continue sua reflexão. Você se sente constantemente desrespeitado? Outras pessoas fazem algo para você e por você sem consultá-lo? Você sabe distinguir quando está se doando ou quando está sendo explorado? Você tem consciência de seus valores e age de acordo com eles? Você tem o hábito de se colocar como vítima? Busque as respostas dentro de você, isso fará com que se conheça um pouco mais. Mas você pode pensar agora que não sabe nenhuma destas respostas, mas insisto em lhe dizer que elas estão dentro de você, basta que você procure, vasculhe se for o caso, e queira realmente encontrá-las.


O respeito que temos por tudo que somos e sentimos bem dentro de nosso mais profundo ser é que irá delimitar até onde o outro pode ou não chegar. Se você se sente constantemente invadido, agredido, manipulado, criticado, desrespeitado, humilhado, já parou para pensar por que continua permitindo que o tratem assim? Será que isso ocorre porque no fundo você mesmo não se respeita? Examine seus sentimentos e atitudes e pergunte-se: por que permito que me tratem com desconsideração, desrespeito? Quando nos respeitamos plenamente, mostramos aos outros como eles devem nos tratar, apesar de que em algumas situações o melhor pode ser mesmo se afastar para não ser mais machucado. Se estiver sendo constantemente desrespeitado algo deve ser observado e mudado. Ou será que você está supervalorizando o outro na mesma proporção que desvaloriza a si mesmo? Você tem consciência de seu próprio valor? É isso que o autoconhecimento nos proporciona: aprender a dar valor ao ser humano que somos. Sem senso de nosso valor individual, nos sentimos diminuídos, inferiores diante do mundo. Pare também de se criticar, colocando defeito em tudo que faz, pensa, fala. E comece a perceber as qualidades que possui. Quantas pessoas já ajudou? Pare também de querer ser perfeito, isso só nos leva a exaustão e eterna cobrança.


É muito cômodo culpar os outros por qualquer desilusão ou sofrimento que passamos, não é fácil aceitar a responsabilidade pelas nossas próprias ilusões e desenganos, mas quanto não permitimos que isso aconteça? Claro que não me refiro à época em que era criança e não sabia como se defender, mas agora adulto, você pode e deve aprender a cuidar de si mesmo. Quando renunciamos a nós mesmos, com toda certeza outras pessoas tomarão conta de nossa vida. Quando autorizamos aos outros a determinar o quanto valemos, uma sensação de vazio toma conta de nossa alma, aumentando ainda mais nossa necessidade constante de aprovação, reconhecimento e em conseqüência, mais sofrimento. Para evitar que isso aconteça, retome a responsabilidade de sua vida para você. Torne-se independente em todas as áreas de sua vida, mesmo que a princípio você possa pensar que isso seja impossível. Pode ser difícil, mas nada, nada mesmo é impossível.


Conforme nos conhecemos, não ficamos mais a mercê das opiniões do que pensam ou dizem de nós e muito menos nos deixamos ser manipulados. Afinal, cobranças, críticas, indelicadezas, insensibilidade, agressividade, desrespeito, desinteresse, essas pequenas faltas cometidas no dia a dia podem destruir as mais antigas e afetuosas convivências, comprometendo principalmente o sentimento que temos por nós mesmos. Assim sendo, procure colocar limites ou se afaste de quem o trata dessa maneira.


Muitos podem perguntar por que é tão difícil identificar os próprios sentimentos, e a resposta é que fomos "educados" a reprimir o que sentimos, ouvindo por muitos anos que não devemos chorar, ser fraco, expressar as emoções, nos ensinando, e condicionando, que toda expressão de sentimento e afeto é errado, e quando nos deparamos com nossas necessidades emocionais sequer sabemos como identificá-las e como supri-las.


O assunto sobre autoconhecimento é amplo e complexo, principalmente por envolver aspectos inconscientes. Mas é importante salientar que autoconhecimento requer muito diálogo interno, seja para identificar nossas crenças, as máscaras que foram criadas para nos proteger, compreensão da sombra, para depois, sim, conseguirmos encontrar nosso self, o verdadeiro eu, aquilo que somos em essência, e que sempre é muito melhor daquela pessoa que nos fizeram acreditar que somos. Mas para atingirmos este estágio é preciso comprometimento em querer realmente se conhecer, sem medos, resistências, boicotes, para que possamos atingir um estágio de paz e harmonia interna que todos ansiamos. Enfim, o autoconhecimento é a base primordial para alcançarmos a verdadeira sabedoria. E quanto mais descobrimos sobre nós mesmos, percebemos o quanto ainda temos a descobrir! Permita que essa viagem para dentro de si mesmo seja sua maior e rica aventura!

"Normose"


 
A palavra normose foi criada na França pelo escritor e conferencista
Jean-Ives Leloup para designar, em síntese, essa forma de
comportamento visto como normal mas que, na realidade, não é
normal.
Transportando esse conceito para observação da sociedade atual
verificamos que as pessoas se pautam por padrões estabelecidos por
alguém ou um grupo, em algum momento.
Por exemplo, segundo padrões da moda atual, ser normal é ser magro
e bonito.
Para isso, vale dieta e, a cada dia surge uma diferente, ditada por
essa ou aquela celebridade que afirma ter conseguido o peso ideal em
um tempo mínimo.
Para alcançar as medidas ideais da dita normalidade vale a
frequência a academias, com rigorosos exercícios físicos,
massagens e tudo o mais que possa permitir atingir o idealizado.
E depois vêm as cirurgias para modificar tudo que seja possível
alterar.
Não escapam os dentes, que devem ser perfeitos e brancos e, para
isso, submetem-se as pessoas a aplicações de laser, porcelana e o
que mais seja necessário.
Não importa se algo faz mal à saúde. O importante é ser normal
que inclui, ao demais, estar sempre na moda, vestir a roupa do
momento, custe o que custar.
Gastam-se verdadeiras fortunas com cabeleireiros, maquiagem, produtos
de beleza.
Porque não se pode perder festa alguma. Nem evento importante. Isso
logo nos desqualificaria como um ser normal.
Naturalmente, é louvável o cuidado com o corpo, a atenção ao
parecer bem, à elegância. Faz parte da evolução da criatura
cultivar o belo, o bom.
Mas daí aos exageros, aos excessos vai uma distância que prima pela
insensatez.
Gasta-se o que não se tem, finge-se o que não se é. Tudo para
parecer normal... Como os demais.
Que padrão de normalidade, afinal, estamos elegendo? Algo totalmente
físico, exterior, passageiro em detrimento de valores reais?
Será isso que desejamos para os nossos filhos, a Humanidade do
amanhã?
Desejaremos uma Humanidade de pessoas esquálidas, bulímicas,
estressadas e vazias de conteúdo?
Cabe-nos pensar um pouco, antes que nossos filhos, por não atenderem
aos padrões ditados por alguns se lancem no fundo poço da
depressão, perdendo as oportunidades de progresso nesta vida.
Estamos na Terra para angariar sabedoria, ilustrar a mente,
dulcificar o coração, ascender à perfeição.
A mente se ilustra com estudo, reflexão, esforço. O coração se
dulcifica no exercício do bem ao próximo, entendendo que as
diferenças existem para permitir realce à verdadeira beleza.
Invistamos nisso. E, em vez de nos esgotarmos em horas e mais horas
de trabalho para conseguir mais dinheiro para atender a necessidades
tolas, reservemos tempo para conviver com a família, com os amigos.
Reservemos tempo para leituras, alimentando as ideias; para a
reflexão, a fim de nos enriquecermos interiormente.
Tempo para olhar o nascer do sol e seu desaparecer no poente, para
ouvir a sinfonia da chuva em dias quentes, o agradecimento da terra
pela água que sorve, com sofreguidão.
Tempo para amar, para viver, para ser um humano de valor, para ser
feliz.
 
Pensemos nisso.
 
Redação do Momento Espírita
Em 18.03.2010.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Paciência antes da crise"

 
O homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a paciência, na condição de medicamento preventivo contra inúmeros males que o espreitam.
De certo modo, vitimado pelas circunstâncias da vida ativa em que se encontra, sofre desgaste contínuo que o leva, não raro, a estados neuróticos e agressivos ou a depressões que o aniquilam.
A paciência é-lhe reserva de ânimo para enfrentar as situações mais difíceis sem perder o equilíbrio.
A paciência é uma virtude que deve ser cultivada e cuja força somente pode ser medida, quando submetida ao teste que a desafia, em forma de problema.
O atropelo do trânsito; a agitação geral; a competição desenfreada; o desrespeito aos espaços individuais; a compressão das horas...
Além disso, as limitações financeiras; os conflitos emocionais; as frustrações e outros fatores decorrentes do modo de vida dito moderno e do relacionamento social, levam o homem a desequilíbrios que a paciência pode evitar.
Exercitando-a nas pequenas ocorrências, sem permitir-se a irritação ou o agastamento, adquirirá força e enfrentará com êxito as situações mais graves.
Todas as criaturas em trânsito pelo mundo são vítimas de ciladas intencionais ou não.
Manter-se atento e saber enfrentá-las com cuidado é a única forma de superá-las com êxito.
*   *   *
Se te sentes provocado pelos insultos que te dirigem, atua com serenidade e segue adiante.
Se erraste em alguma situação que te surpreendeu, retorna ao ponto inicial e corrige o equívoco.
Se te sentes injustiçado, reexamina o motivo e disputa a honra de não desanimar.
Se a agressão de alguma forma te ofende, guarda a calma e a verás desmoronar-se.
A convivência com as criaturas é o grande desafio da evolução porque resulta, de um lado, da situação moral deles, e de outro, do seu estado emocional.
O amor ao próximo, no entanto, só é legítimo quando não se desgasta nem se converte em motivo de censura ou queixa, em relação às pessoas com quem se convive.
É fácil amar e respeitar aqueles que vivem fisicamente distantes.
O verdadeiro amor é o que se relaciona sempre bem com as demais criaturas.
*   *   *
Você já se propôs ser mais paciente? Já colocou isso como meta na vida alguma vez?
É importante ter metas claras. É importante dizer a si mesmo: Estou mais paciente agora. Não vou deixar que isto ou aquilo me abale com facilidade.
Começamos assim um processo de autopreservação, de automonitoramento e, toda vez que uma situação crítica se apresentar, poderemos voltar a dizer: Não vou deixar que isto me tire do sério.
Cada um poderá desenvolver seu método, sua forma de atuar, porém a essência deste trabalho está em começar já, imediatamente.
Quem antes inicia, antes colhe os benefícios.
 Redação do Momento Espírita com base no cap. 10,
 do livro Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 06.04.2010.

"Chuvas no Estado do Rio de Janeiro"

Mortes anunciadas
Por Marina Silva 

O que aconteceu no Rio, por causa da chuva, foram mortes anunciadas.

Todos os anos, nós já sabemos que haverá mortes entre as pessoas que moram em áreas de vulnerabilidade. Já que temos esse dado de realidade, que os governos assumam as responsabilidades pelos investimentos corretos.

É preciso debelar as causas, em vez de esperar que as chuvas comecem para, então, realizar ações emergenciais em cima do leite derramado.

Há muitos anos temos políticas voltadas para a seca. Elas são precárias, mas existe uma preparação do poder público para atuar diante da situação de estiagem.

Ainda não temos claro se as mudanças no regime das chuvas são uma consequência das mudanças climáticas, mas as precipitações estão se tornando mais frequentes em termos de volume e duração. Então, como vamos conviver com isso? Como vamos diminuir as causas que potencializam os problemas?

Essas questões tem a ver com planejamento urbano, a questão das galerias, o cuidado para o lixo urbano não obstruir o escoamento de água, o desassoreamento dos rios, a ausência de proteção das matas ciliares.

Isso não pode mais ser tratado como algo esporádico, passou a fazer parte do cotidiano da vida das cidades.
Todo o processo de edificação, de construção, de planejamento urbano, de sistemas de alerta têm que ser resultado de uma política pública voltada para conviver com esse dado de realidade.

Agora, a melhor forma de se comprometer com o cidadão, com o seu sofrimento, é buscar um planejamento e uma política pública que nos leve a reduzir os riscos que produzem danos e ceifam vidas. Vamos ter que aprender a nos adaptar a essas situações extremas da natureza.

domingo, 4 de abril de 2010

"A Páscoa da Terra Crucificada"

                                                              Campo de Trigo com Sol - Van Gogh

"O Planeta como um todo está passando por uma severa páscoa. Estamos dentro de um processo acelerado de perda: de ar, de solos, de água, de florestas, de gelos, de oceanos, de biodiversidade e de sustentabilidade do própro sistema-Terra."

A páscoa é uma festa comum a judeus e a cristãos e encerra uma metáfora da atual situação da Terra, nossa devastada morada comum. Etimologicmente, páscoa significa passagem da escravidão para a liberdade e da morte para a vida. O Planeta como um todo está passando por uma severa páscoa. Estamos dentro de um processo acelerado de perda: de ar, de solos, de água, de florestas, de gelos, de oceanos, de biodiversidade e de sustentabilidade do própro sistema-Terra. Assistimos estarrecidos aos terremotos no Haiti e no Chile, seguidos de tsunams. Como se relaciona tudo isso com a Terra? Quando as perdas vão parar? Ou para onde nos poderão conduzir? Podemos esperar como na Páscoa que após a sexta-feira santa de paixão e morte, irrompe sempre nova vida e ressurreição?

Precisamos de um olhar retrospectivo sobre a história da Terra para lançarmos alguma luz sobre a crise atual. Antes de mais nada, cumpre reconhecer que terremotos e devastações são recorrentes na história geológica do Planeta. Existe uma “taxa de extinção de fundo” que ocorre no processo normal da evolução. Espécies existem por milhões e milhões de anos e depois desparecem. É como um indivíduo que nasce, vive por algum tempo e morre. A extinção é o destino dos indivíduos e das espécies, também da nossa.

Mas além deste processo natural, existem as extinções em massa. A Terra, segundo geólogos, teria passado por 15 grandes extinções desta natureza. Duas foram especialmente graves. A primeira ocorrida há 245 milhões de anos por ocasião da ruptura de Pangéia, aquela continente único que se fragmentou e deu origem aos atuais continentes. O evento foi tão devastador que teria dizimado entre 75-95% das espécies de vida então existentes. Por debaixo dos continentes continuam ativas as placas tectônicas, se chocando umas com as outras, se sobrepondo ou se afastando, movimento chamado de deriva continental, responsável pelos terremotos.

A segunda ocorreu há 65 milhões de anos, causada por alterações climáticas, subida do nivel do mar e arquecimento, eventos provocados por um asteróide de 9,6 km caido na América Central. Provocou incêndios infernais, maremotos, gases venenosos e longo obscurecimento do sol. Os dinossauros que por 133 milhões de anos dominavam, soberanos, sobre a Terra, desapareceram totalmente bem como 50% das espécies vivas. A Terra precisou de dez milhões de anos para se refazer totalmente. Mas permitiu uma radiação de biodiversidade como jamais antes na história. O nosso ancestral que vivia na copa das árvores, se alimentando de flores, tremendo de medo dos dinossauros, pôde descer à terra e fazer seu percurso que culminou no que somos hoje.

Cientistas (Ward, Ehrlich, Lovelock, Myers e outros) sustentam que está em curso um outra grande extinção que se iniciou há uns 2,5 millhões e anos quando extensas geleiras começaram a cobrir parte do Planeta, alterando os climas e os níveis do mar. Ela se acelerou enormemente com o surgimento de um verdadeiro meteoro rasante que é o ser humano através de sua sistemática intervenção no sistema-Terra, particularmente nos último s séculos. Peter Ward (O fim da evolução, 1977, p.268) refere que esta extinção em massa se nota claramente no Brasil que nos últimos 35 anos está extinguindo definitivamente quatro espécies por dia. E termina advertindo:”um gigantesco desastre ecológico nos aguarda”.

O que nos causa crise de sentido é a exitência dos terremotos que destroem tudo e dizimam milhares de pessoas como no Haiti e no Chile. E aqui humildemente temos que aceitar a Terra assim como é, ora mãe generosa, ora madrasta cruel. Ela segue mecanismos cegos de suas forças geológicas. Ela nos ignora, por isso os tsunamis e cataclismos são aterradoras. Mas nos passa informações. Nossa missão de seres inteligentes é descodificá-las para evitar danos ou usá-las em nosso benefício. Os animais captam tais informações e antes de um tsunami fogem para lugares altos. Talvez nós outrora, sabíamos captá-las e nos defendíamos. Hoje perdemos esta capacidade. Mas para suprir nossa insuficiência, está ai a ciência. Ela pode descodificar as informações que previamente a Terra nos passa e nos sugerir estratégias de autodefesa e salvamento.

Como somos a própria Terra que tem consciência e inteligência, estamos ainda na fase juvenil, com pouco aprendizado. Estamos ingressando na fase adulta, aprendendo melhor como manejar as energias da Terra e do cosmos. Então a Terra, através de nosso saber, deixará que seus mecanismos sejam destrutivos. Todos vamos ainda crescer, aprender e amadurecer.

A Terra pende da cruz. Temos que tirá-la de lá e ressuscitá-la. Então celebraremos uma páscoa verdadeira, e nos será permitido desejar: feliz Páscoa.


Leonardo Boff é teólogo e escritor.

"Páscoa"

                               "Ama" - Emmanuel por Instituto André Luiz.    


Uma ótima Páscoa para vocês!

Com carinho,
Amigos do Lar de Maria

sexta-feira, 2 de abril de 2010

" Chico Xavier, 100 anos "


 
Frases do chico
"O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte."

"Planejar a infelicidade dos outros, é cavar com as próprias mãos um abismo para si mesmo"

"Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem. A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa ofertar os próprios frutos em tempo certo."


"Sempre recebi os elogíos como incentivo dos amigos para que eu venha a ser o que tenho consciência de que ainda não sou."

"Deixe algum sinal de alegria, onde passes."

"Hoje auxiliamos, amanhã seremos os necessitados de auxilio".

"Não cobres tributos de gratidão".

"Acreditamos que tanto é um delito grave assassinar uma criança na via pública, quanto exterminá-la, em falso regime de impunidade, no ventre materno".

"Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja."

"Nenhuma atividade no bem é insignificante. As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes".

"Nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém. Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos".

"Se Allan Kardec tivesse escrito que 'fora do Espiritismo não há salvação', eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu 'Fora da Caridade', ou seja, fora do Amor não há salvação".

"A omissão de quem pode e não auxilia o povo, é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual".

"O desespero é uma doença. E um povo desesperado,lesado por Foto: Arte dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. Ele pode perder o seu próprio discernimento. Isso é lamentável, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausência de educação, principalmente de formação religiosa".

"Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo".

"Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito".

"Devo seguir o meu caminho com o mais absoluto respeito pelo camiho dos outros".
"Às vezes, a alegria que está nos faltando é justamente a alegria que devemos aos outros".

 
" NUNCA TE ESQUEÇA A BONDADE NO DESEMPENHO DE QUALQUER OBRIGAÇÃO. "

( Irmã Cipriana "No Mundo Maior"- André Luiz )

Chico Xavier

Chico Xavier
"... se eu dispusesse de autoridade, rogava aos homens que estão arquitetando a construção do Terceiro Milênio que colocassem no portal da Nova Era as inolvidáveis palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: -"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Allan Kardec

Allan Kardec
" Fora da Caridade, não há salvação. "

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