sexta-feira, 19 de março de 2010

" A Paz em Você "

A palavra paz costuma estar nos discursos de todas as pessoas.

Seja o político influente, o religioso, a mãe de família, o
patrão ou o empregado, todos afirmam desejar a paz.

Contudo, é comum a percepção de que a paz é algo que se produz no
exterior e por obra de outros.

Deseja-se a paz à custa de atos alheios.

Se ela não se faz presente, entende-se que a culpa é de terceiros.

Culpa-se o governo pelos estrépitos das ruas.

Culpam-se os políticos pela cultura de desonestidade que prejudica a
tranquilidade.

Sempre são os outros os responsáveis.

Entretanto, toda realização legítima e duradoura começa no
indivíduo.

As ideias surgem nas mentes de alguns, alastram-se, convertem-se em
atos e gradualmente tomam corpo no meio social.

Toda conquista positiva perfaz esse caminho para se converter de
ideia de poucos em realidade de muitos.

Com a paz não pode ser diferente.

Mas, em relação a ela, ainda há uma peculiaridade.

A genuína pacificação se opera no íntimo do ser.

O exterior tumultuado pode constituir um desafio à preservação da
harmonia interior.

Ocorre que o silêncio do mundo não induz à paz interna.

Em geral, quem tem a consciência pesada busca se agitar bastante, a
fim de não se deter na própria realidade.

Como algo interno, a paz legítima é uma construção pessoal e
intransferível.

Ninguém se pacifica à custa do semelhante.

Um ser iluminado pode dar exemplos, conselhos e lições.

Contudo, pacificar-se é um processo de dignificação, que só o
próprio interessado pode realizar.

Ele pressupõe a compreensão de que atos indignos sempre têm
tristes consequências.

Ninguém adquire plenitude interior sem agir com dignidade e sem
dominar seus pensamentos e sentimentos.

A entrega ao crepitar das paixões apenas complica a existência.

Os gozos mundanos são momentâneos, ao passo que a lembrança do que
se fez dura bastante.

Não há como viver em paz e desfrutar de vantagens indevidas,
prejudicar os semelhantes e fazer o que a consciência reprova.

O requisito básico da paz é a tranquilidade de consciência.

Para isso, é preciso tornar-se senhor da própria vontade.

Hábitos de longa data não somem em um repente.

Enquanto eles são dominados, a vontade precisa ser firme.

Para não viver torturado por desejos ilícitos, também se impõe
deter o olhar no que de belo há no mundo.

Sem angústia, mas com a firme intenção de corrigir-se aos poucos,
direcionar a própria atenção e o próprio querer para atividades
dignas.

Devagar, surge o prazer de ser trabalhador, digno e bondoso.

Como resultado, faz-se a paz no íntimo do ser.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
Em 19.03.2010.

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